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Corpos da Paz: Em Nome da América

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Fernando Weller tropeçou na história do filme Em Nome Da América, sem querer. Há seis anos, o diretor partiu para o interior de Pernambuco atrás de encontrar quem falasse sobre o boato de que Steven Spielberg teria vivido na região, nos anos 1960, para fugir da Guerra do Vietnã. Acabou descobrindo que, mesmo que a passagem do cineasta fosse uma lenda, a presença de jovens norte-americanos na região, no período em que o Brasil entrava em um regime militar com apoio dos Estados Unidos, foi bem real.

Embalado na paranóia anti-comunista da Guerra Fria, foi nesta época que o governo de John Kennedy criou o programa Corpos de Paz. Uma tentativa de polir a imagem dos EUA no exterior. Através dele, jovens, brancos, universitários, de classe média, eram enviados para trabalhos comunitários em vários países subdesenvolvidos, como alternativa à frente de batalha na Ásia. O Brasil era um dos destinos.

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Os integrantes do programa chegaram a ser expulsos do Rio Grande do Sul pelo então governador Leonel Brizola – que havia estatizado empresas de energia norte-americanas – mas encontraram terreno fértil no Nordeste, onde começavam a se organizar Ligas Camponesas. Na mesma terra que as elites tinham medo de ver se tornar uma “nova Cuba”, com lideranças como Francisco Julião surgindo, o trabalho do governo norte-americano, com investimentos de milhões de dólares e construção de sindicatos rurais, vingou.

Presença dos EUA no Nordeste

Com o tempo, apesar da presença intensa dos EUA na região, a história foi esquecida. Agora, Weller busca recontá-la, por meio de documentos e depoimentos de seus personagens, buscando quem eram esses americanos e o que eles queriam por aqui.

O documentário entrou em circuito nacional no início do mês e estreou em Porto Alegre esta semana. Na passagem pela Capital, o diretor conversou com o Sul21 sobre a marca americana no Nordeste brasileiro:







Fernanda Onofre, Sul21
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