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Relatório verifica realidade sobre gerenciamento de resíduos sólido

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por José Luís Diniz

O promotor de Justiça Luís Fernando Cabral Barreto Junior, titular da 3ª Promotoria de Justiça Especializada em Meio Ambiente e Coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caop-Uma), elaborou relatório sobre o gerenciamento de resíduos sólidos no estado do Maranhão. O documento será entregue oficialmente na próxima semana para a procuradora-geral de Justiça, Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro.

Segundo o coordenador do Caop do Meio Ambiente, grande parte dos dados levantados já foram repassados aos promotores de Justiça dos municípios participantes, que inclusive já providenciaram algumas ações.

O trabalho, que durou cerca de oito meses, contou com a participação de 127 prefeituras, o que representa 58% dos municípios maranhenses. Um detalhado questionário com perguntas sobre a realidade do setor em cada cidade foi aplicado. Foram respondidas questões sobre a destinação final dos resíduos sólidos nos municípios, tipos de veículos coletores, características das unidades de disposição final dos resíduos sólidos, tipo de tratamento usado para o chorume, varrição, capina e roçada de vias e logradouros públicos.

De acordo com o levantamento, ficou constatado que, dos 127 municípios, 115 operam diretamente a coleta e destinação de resíduos, ou seja, 90% do total. “Esse trabalho poderia ser todo objeto de terceirização para empresas que atendessem mais de um município, através de consórcios municipais”, sugere o promotor de Justiça.

Foi verificado ainda que os resíduos de saúde e de construção civil são coletados pelos municípios, quando deveriam ser pelos próprios geradores. “Isso consome em média 40% do custo de coleta de lixo e inibe um mercado de trabalho para que empresas especializadas sejam contratadas pelos hospitais e construtoras. Se todo esse resíduo fosse coletado pelos responsáveis, os municípios economizariam em torno de 35 a 40% do que gastam com coleta de lixo”, comenta Fernando Barreto.

O levantamento constatou também que 66% dos municípios maranhenses não dispõem dos serviços de coleta seletiva de lixo ou de unidades de processamento ou tratamento dos resíduos sólidos urbanos.

Nesse aspecto Barreto vislumbra um potencial gerador de trabalho e renda, com a criação de cooperativas de catadores de lixo em todo o Maranhão. “Imagine o quanto se reduziria de custo na coleta, a redução da poluição ambiental e a geração de trabalho e renda com a reciclagem, que absorve a população menos alfabetizada”, propõe.

Fonte: Coodenação de Comunicação do Ministério Público
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