-->

PaLaVrAs No AvEsSo

Publicidade
por Marcos Fábio Belo Matos
Jornalista e professor do curso de Jornalismo da UFMA/Imperatriz (imagem ao lado), ele escreve às terças para o Blogue do Frederico Luiz. A coluna eletrônica também ganha versão impressa, publicada simultaneamente no Jornal Capital.

Eufemismos
Sou um inveterado fã dos eufemismos. Adoro-os, mesmo. Os eufemismos são a mais fantástica invenção da linguagem verbal para amaciar as afirmações dolorosas, apaziguar os conflitos. Aquela expressão que cabe como uma luva quando não há mais espaço, nas relações de qualquer ordem, para asperezas ou desesperanças.

Os eufemismos ainda vão salvar o mundo! Os eufemismos já aliviaram o pesadelo de muitas guerras iminentes. Os eufemismos são o remédio exato para aqueles momentos em que as relações amorosas nem tão amorosas estão. Os eufemismos já evitaram muitos sopapos na cara e muitas balas no peito.

Viva os eufemismos! Viva a sua capacidade de dizer uma dureza com cinquenta por cento de maciez. A sua habilidade em fazer sangrar sem dor. As artimanhas em fazer o mau parecer menos mau – ou, dependendo do autor, até parecer bom.

O contrário do eufemismo é a hipérbole. Os hiperbólicos arderão no fogo do inferno, levados que são pela língua infame, pela falta de compostura e de espírito de bem-aventurança, por uma sinceridade cega e inconsequente.

O céu aos eufemistas! O céu e todas as benesses para esses que conseguem, duramente, transformar fel em mel sem nenhuma transubstanciação além da aparência.

Cem palavras sobre... surpresas


Falo de surpresas. Daquelas que nos assaltam nos dias mais “sem ter nem pra quê” do ano. Daquelas que ficam nos espreitando, escondidinhas atrás das portas das nossas lembranças, dos nossos sentimentos, das pessoas que nos rodeiam. Daquelas que nos trazem os sentimentos-bumerangue. Daqueloutras que remexem nos mais recônditos porões da nossa an(on)tologia...

...até o dia em que nos encontram distraídos e se agarram em nós, se enroscam em nós como serpentes d´água... quando são boas, ótimo. Quando não, que suportemos o sofrimento que elas trazem.

As surpresas são o nosso farol...o alerta necessário para que nos sintamos vivos, todos os dias do sempre.
 

RAI...CAI*  III

O amor é fogo
Pra quem não entende
As regras do jogo.


*A designação original deste tipo de poema é Haicai...mas eu não sigo a métrica genuína, então também decidi não seguir o nome que os japoneses lhe deram; fica-se, assim, com a corruptela.

Mais no blogue PaLaVrAs No AvEsSo
Advertisemen