-->

Dilma somente grava para Roseana. Porém, evita vir ao Maranhão

Publicidade
Comando de campanha quer excluir do roteiro dos 30 últimos dias, cidades têm “problemas potenciais”

Roseana (dir.) é "problema" para
para Dilma, segundo reportagem

por Denise Rothenburg Tiago Pariz

Embalada pelas pesquisas que lhe dão a perspectiva de vitória no primeiro turno, a candidata do PT, Dilma Rousseff, já se dá ao luxo de recusar convites para eventos de campanha em vários estados. Em nove deles, que somam 14,1 milhões de eleitores, 10,4% dos 135 milhões do Brasil, ela não pisou até agora nesse período eleitoral e nem tem previsão de visita na agenda em discussão no fechado grupo que coordena as viagens (leia quadro). “No Nordeste, ela irá ao Ceará e mais um ou dois estados. No Norte, está previsto o Pará”, contou o presidente do PT, José Eduardo Dutra, que ajuda a organizar a agenda dos últimos 30 dias.

Os motivos para Dilma deixar de se apresentar ao vivo em alguns estados são os mais variados. Em Alagoas, ninguém quer dar à oposição a chance de dizer que Dilma está ao lado de Fernando Collor (PTB), candidato a governador. Figura polêmica, o senador, rival de Lula em 1989 que aderiu ao lulismo em 2007, foi defenestrado da Presidência e guarda capital político restrito ao estado. Fora de Alagoas, uma imagem associada à outra teria potencial explosivo e poderia significar perda de votos. No último levantamento do Ibope, Collor aparece com 28% das intenções de voto. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) tem 29%.

No caso do Maranhão, a ordem é não eriçar ainda mais a ala petista que deseja ver Dilma longe da governadora-candidata, Roseana Sarney (PMDB), aliada de Lula. Se fosse até lá, ela teria que desfilar também ao lado de Flávio Dino (PCdoB), que concorre contra Roseana.

No Amazonas, o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, candidato a governador, ficou rouco de tanto chamar Lula e a candidata a presidente da República para eventos conjuntos. Logo no início da campanha, seus aliados chegaram a agendar uma visita, que terminou cancelada a pedido do time do governador Omar Aziz (PMN), sucessor de Eduardo Braga (PMDB), candidato ao Senado. A tal agenda nunca foi remarcada e, ao que tudo indica, não será.

Para não magoar aliados, o PT tem uma desculpa: “Há vários debates programados e é preciso preparação. Então, destes 30 dias, sobram poucos”, comenta Dutra. Na TV, são três debates: 12, 26 e 30 de setembro, último dia de campanha. “A véspera desses encontros é geralmente dedicada ao descanso e ao treino. Só aí lá se vão seis dias.”

A ideia da coordenação é concentrar as viagens em estados onde a presença da candidata ajuda a virar votos em seu favor e não onde ela já tem maioria. Por isso, na listagem dos petistas estão, principalmente, São Paulo e o sul do país, além da viagem desta semana a Foz do Iguaçu (PR) e Canoas (RS), em que está prevista a presença de Lula. Estão marcadas ainda uma passagem por Santa Catarina e pelo Rio Grande do Sul.

Alavanca
No Ceará, onde Dilma lidera e o governador Cid Gomes também, a viagem é vista como alavanca para os candidatos a senador que aparecem embolados em segundo, atrás do tucano Tasso Jereissati (PSDB). No Pará, a governadora Ana Júlia Carepa, do PT, está 10 pontos percentuais atrás do tucano Simão Jatene. Os estados nordestinos que receberão a visita da trupe petista são Piauí, numa visita a Teresina; Sergipe, num ato em Aracaju; e o Rio Grande do Norte, ainda sem definição de cidade. Dilma também deve desembarcar em Goiânia. O resto dos dias serão dedicados a São Paulo e Rio de Janeiro. As duas cidades disputam também o comício final da campanha.

Dirceu sem vaga em 2011
Apesar de sustentar que não discute nomes de seu eventual governo, Dilma Rousseff disse ontem que o deputado federal cassado José Dirceu (PT) não deve integrar o seu time. “Não acho provável. Ele não está nem nas atividades de governo”, disse. A candidata rebateu ainda críticas de José Serra, que a acusou de se sentar na cadeira antes da hora. “Quem se sentou antes foi Fernando Henrique, que eles escondem o tempo todo.”

O comentário refere-se à disputa pela prefeitura de São Paulo em 1985, na qual FHC foi fotografado na cadeira de prefeito. O vencedor, porém, foi Jânio Quadros.

Fontes: PB Agora e Correio Braziliense.


Nota do Blogueiro: O título é do Blogue, o original é "Dilma desdenha de nove estados".
Advertisemen