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Joinvile: matou e estuprou a estudante de 16 anos

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Homem de 39 anos foi preso no Paraná após 68 dias de investigação
Suspeito disse que a intenção era roubar a vítima para comprar drogas
Carlos disse que cometeu o crime sob efeito de drogas


Carlos Alberto Neubauer,Vitória Schier
Suspeito de matar Vitória Schier fala do crime que chocou Joinville

Schirlei Alves, Correio Catarinense

Ele não resistiu a prisão e tampouco negou o crime ocorrido em 23 de setembro, na rua Carlos Alberto Neubauer, no bairro Bom Retiro, em Joinville. Um dia que jamais sairá da memória da família da adolescente Vitória Schier, 16 anos, morta quando voltava da escola, há poucos metros de casa.

Após 68 dias de investigação, na tarde de quarta-feira, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil (DIC) prendeu Carlos Alberto de Andrade, 39 anos, e o apresentou na delegacia como o suspeito.

Carlos confessou à imprensa que matou Vitória e a estuprou logo após a morte. Negou conhecer a rotina da adolescente e deu a entender que ela estaria no lugar errado e na hora errada. Em princípio, segundo ele, a intenção seria a de roubar para comprar droga, mas o desfecho foi trágico. Segundo Carlos, ele teria esganado a garota.

Carlos disse ainda ter se arrependido e alegou ter cometido o crime sob o efeito de drogas.

— Não tem porque falar nada, não sei, na droga fiz isso, acho que quem faz isso não tem consciência. Tenho que pagar pelo o que eu fiz — respondeu.

DNA do pai confirmou suspeita

Carlos foi preso em Paranaguá (PR), na casa de uma irmã. Os policiais já estavam na cidade paranaense em busca do suspeito há três dias. A roupa usada no dia do crime – uma bermuda xadrez e uma camisa rosa – também foi apreendida. As imagens de uma câmera de segurança de uma casa na rua onde Vitória foi morta ajudaram a elucidar o crime.

O celular da vítima – que foi roubado e vendido em uma boca de fumo, segundo a polícia – foi uma das peças chaves para se chegar a autoria. O aparelho acabou passando pelas mãos de várias pessoas, segundo a polícia.

Vitória Schier
Corpo de Vitória foi violentado após ser assassinada
Conforme o delegado Jeferson Prado Costa, que é coordenador da DIC, o material genético do pai do suspeito foi colhido durante a investigação para que fosse possível confirmar a suspeita.

— Analisando o material genético do pai é possível identificar quem são os filhos daquela pessoa — explicou.

Inquérito deve ser concluído em 20 dias

Em depoimento, na Central de Polícia, Carlos Alberto de Andrade confessou o crime e cedeu material genético para que novo exame seja feito e o material possa ser confrontado com o que foi encontrado no corpo da vítima. Um mandado de prisão temporária permitiu que Carlos fosse levado para o Presídio Regional de Joinville.

Segundo o delegado Jeferson Prado Costa, coordenador da DIC, o inquérito deve ser concluído em 20 dias para então ser encaminhado ao Ministério Público.

A Polícia Civil também pretende solicitar a conversão da prisão temporária em preventiva, para garantir que o suspeito permaneça na cadeia até que a Justiça dê andamento ao
caso.

Adolescente foi morta quando voltava da escola


Vitória Schier, 16 anos, foi assassinada quando voltada da Escola Técnica Tupy, onde cursava o ensino médio. Como todos os dias, desceu do ônibus na rua Tenente Antônio João e foi caminhando para casa. Com a mochila nas costas, passou pela rua Carlos Alberto Neubauer, que dava de frente com a casa onde morava.

No meio do caminho, a cerca de 100 metros do destino, foi surpreendida por um homem que a arrastou para dentro de um matagal, em um terreno baldio, e foi assassinada.

Vizinhos disseram ter ouvido os latidos dos cachorros, porém não ouviram gritos e lamentaram por não terem presenciado a cena e possivelmente evitado a tragédia. O próprio suspeito disse que a adolescente não conseguiu gritar.

O corpo de Vitória foi achado no início da madrugada do dia seguinte pelos familiares que passaram a procurá-la incansavelmente. Ela foi encontrada de bruços, caída em um córrego que passa dentro do terreno baldio.

A mãe Christiane Schier pouco conseguiu falar depois que recebeu a notícia da prisão do suspeito. Muitos desabafos foram feitos pelas redes sociais, ainda inconformados com a forma como ela morreu.

— Estou tremendo de tanto ódio, mas aliviada — se limitou a dizer.

Os pais lembram da filha como um anjo e a descrevem como uma menina tranquila e tímida. Que gostava de tocar violão e tinha sonhos simples como casar em um sítio. A família não retornou mais à casa no bairro Bom Retiro desde que a menina morreu.
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