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Beth Cuscuz é presa em Teresina, veja como funcionava o esquema de prostitutas de luxo desmontado pela polícia

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Fim da proteção: Beth está atrás das grades
Iniciada a coletiva, a delegada Daniela Barros, mostrou através de um slide de como funcionava o esquema. Foram dados os nomes de todos os oito presos confirmados. Segundo ela, a grande investigação se dá pela facilitação da prostituição nestes estabelecimentos.

Através dos sites, onde as mulheres eram, como disse a delegada, tratadas mesmo como sendo parte de um "cardápio", essas casas de show agenciavam as mulheres. Os sites divulgavam as mulheres que trabalhavam nestes locais.

A investigação envolveu as casa Beth Cuscuz, Copacabana Show e ainda o Rancho. Depois de uma matéria publicada no Jornal O Dia, onde foi dado indícios de que estes estabelecimentos estariam aliciando menores para prática sexual, é que teve o estopim da investigação.

O ministério público, através da Dr. Lucy Jones, encaminhou um pedido a delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, para que o caso fosse investigado.

Beth Cuscuz tinha grande exposição midiática em Teresina, capital do Piauí
De lá pra cá, sob total sigilo se deu a investigação. Ao dar cumprimento aos mandados de prisão e apreensão, a polícia constatou a situação em que viviam as mulheres que trabalhavam nestes locais, ditos como bares e casas de show.

Com esta investigação sobre a exploração de menores, foram surgindo o que foi chamado pela delegada Daniela Barros, de tentáculos da investigação. “Fato comum é que a maioria dos envolvidos tinham acesso aos sites destinados a exploração sexual”, disse.

Nas casas foram encontrados quartos onde as moças moravam para ali serem aliciadas, e a pericia fez a constatação da utilização destes locais. Os quartos tinham pouca higiene e em condições precárias. “Chamam de prostituição de luxo, mas de luxo ali não tem nada”, comentou a delegada Daniela.


Foram achadas ainda agendas, e comandas que estipulavam que as moças teriam de deixar diariamente na casa o valor de R$ 120, obrigatório para permanência no estabelecimento. Foram encontrados ainda boletos destinados a taxistas que ganhavam R$ 20 por cada cliente que era levado ao local, e caso levasse mais de 5 por dia, ganhava bônus de R$ 50.

Foi constatado ainda a existência de quartos onde ocorriam os encontros amorosos, o que é proibido já que os estabelecimentos tinham licença para o funcionamento como bares ou boates. Ainda com relação aos sites, a delegada informou que as mulheres pagavam até R$ 300 por mês para manter suas fotos no sites, e um deles tinha até 20 mil acessos diário.

Já estão na sede da Acadepol as delegadas Daniela Barros, Andréia Magalhães e o investigador Joatan Alves, onde logo mais, após a chegada do delegado geral James Guerra, concedem entrevista coletiva dando detalhes da operação. Inicialmente, a delegada apenas afirmou que uma arma chegou a ser apreendida, e que a operação toda acontecia no mais completo sigilo.

Menina de 14 anos depõe
Os advogados João Pedro Sobreira Filho e Nazareno Thé, que fazem a defesa respectivamente de Carlos Alberto da Silva, o Carlão (dono do Copacabana), e Elisabeth Lourdes Oliveira, a Beth (dona da Beth Cuscuz), deram rápida entrevista no lado de fora da CICO, enquanto aguardavam conversar com seus clientes. Segundo eles, seria uma prisão temporária e acusação seria de crimes de posses sexuais. Além disso, pode ter menor envolvida.

Uma menina apreendida tem 14 anos de idade, mas aparentava ter bem mais pelo corpo. Computadores e outros objetos foram apreendidos. Fontes na CICO confirmam que mais de 30 garotas, vindas de estados como Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Sul, São Paulo etc foram conduzidas pela polícia a delegacias da cidade para prestarem esclarecimentos.

Algunas estão na delegacia de entorpecentes, localizada na zona Sul de Teresina. O advogado João Pedro Silveira informou ainda que com uma das mulheres, não se sabe de qual estabelecimento, foi apreendido uma pequena quantidade de cocaína.

Elas evitam falar à imprensa. O estopim para início das investigações teria sido uma matéria jornalística publicada no jornal O Dia, sobre como funcionava o esquema de agenciamento destas mulheres. Uma promotora provocou a Polícia para que fosse feita essa investigacao. Entre oito já estão presas. Entre essas pessoas, uma que é responsável pelo site. Nos depoimentos das garotas, elas relatam as normas que cumpriam e como ganhavam o dinheiro. Dizem que a Beth Cuscuz, por exemplo, cobrava 30% do valor do programa.

Segundo relatório parcial repassado pela Delegada Andréa Magalhães, foram confirmadas as prisões de dez pessoas na Operação Aspásia. São dois do sexo masculino e o restante do sexo feminino. Equipes ainda diligenciam para efetuar mais prisões. Parte do material apreendido está sendo trazido à Comissão Investigadora do Crime Organizado. Documentos comprobatórios da movimentação financeira e dados de transações bancárias também foram encontrados e trazidos às bases da operação.

Prisões na Beth e Copacabana
A polícia civil conseguiu prender no início da manhã desta terça-feira (14/08), a empresária Beth Cuscuz, proprietária do prostíbulo mais famoso de Teresina de mesmo nome. Foi preso ainda na operação, o dono da boate Copacabana, identificado apenas como Carlão. As prisões ocorreram durante a deflagração da operação Aspásia da Polícia Civil que investiga uma rede de prostituição em Teresina através de sites que agenciavam mulheres para empresários e até políticos do Estado.

Até agora, pelo menos sete homens e cinco mulheres já teriam sido presos na operação. A polícia civil divulgou nota dando informações sobre a operação deflagrada na manhã de hoje. Na Comissão Investigadora do Crime Organizado (CICO), que há mais de um ano trabalhava na investigação dos supostos crimes, dezenas de mulheres que trabalhavam nestes locais estão prestando depoimento, consideradas vítimas deste processo.

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Beth Cuscuz e Carlão devem responder por formação de quadrilha, manutenção de estabelecimento para prostituição e tráfico de pessoas, já que aliciavam pessoas de outros estados para trabalhar nestes locais. Uma das grandes provas que ajudaram na deflagração desta operação foram escutas telefônicas de empresários e políticos negociando através de sites as jovens.

São muitos mandados de prisão e apreensão a serem cumpridos durante a operação, além de mandados de condução coercitiva. Às 11h, conforme divulgou em nota a polícia civil, será dada uma coletiva de imprensa por parte do comando da polícia civil na Acadepol. A operação é comandada diretamente pelo Delegado Geral de Polícia Civil do Piauí, James Guerra e a delegada Daniele.

Confira as informações
A Polícia Civil já deu cumprimento ao mandado de prisão temporária em desfavor da nacional E. L. D. O, proprietária de conhecido estabelecimento comercial que, segundo aponta inquérito policial, é local de exploração da prostituição. Também estão sendo cumpridos os mandados de condução coercitiva. Parte do material apreendido já está sendo trazido às bases da operação.

Vídeos da Operação

Publicado em 14/08/2012 por PoliciaCivilPiaui
Operação Aspásia: Uma das boates alvo do mandado de busca e apreensão.


Publicado em 14/08/2012 por redacao180
Operação Aspásia -- Polícia Civil do Piauí - audios das investigações - 180graus


Publicado em 14/08/2012 por PoliciaCivilPiaui
Operação Aspásia: quarto de uma das boates alvo do mandado de busca e apreesão. Detalhes de preservativos na cama e banheiro.


Publicado em 14/08/2012 por PoliciaCivilPiaui
Operação Aspásia: Cumprimento do mandado de busca e apreensão na Boate Beth Cuscuz, bairro Cristo Rei, em Teresina.

Confira a nota oficial:
A Polícia Civil do Estado do Piauí deflagrou, às 06 horas desta terça-feira (14), a Operação “Aspásia”, resultado de investigações iniciadas há 15 meses para combater crimes de favorecimento à prostituição e tráfico interno de pessoas praticados na cidade de Teresina. A Operação Aspásia visa desarticular organizações criminosas responsáveis pela cooptação de mulheres à prostituição e exploração sexual destas, valendo-se, inclusive do uso da Internet para divulgar anúncios comerciais com esse fim. A Polícia Civil do Piauí identificou três organizações que mantinham sob fachada de estabelecimentos comerciais lícitos locais destinados à exploração da prostituição e tráfico interno de pessoas.

Diante das provas coletadas foram solicitados pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) e deferidos pela autoridade judiciária competente após parecer favorável do Ministério Público do Estado, mandados de prisão temporária e três mandados de busca e apreensão; além de outras medidas cautelares, bem como o fechamento de cinco sítios de internet relacionados aos crimes em tela. Todos esses mandados serão cumpridos por 50 policiais civis. Dentre os alvos dos mandados de busca estão os conhecidos estabelecimentos comerciais Boate Beth Cuscuz e Boate Copacabana, localizados nos bairro Cristo Rei e Dirceu Arcoverde, respectivamente. A Operação Aspásia foi assim denominada em alusão à mulher da Grécia Antiga que foi uma das amantes de Péricles e encontrava-se no mais alto patamar das prostitutas da Grécia, personalidade detentora de poder, que teve sob a sua rédea os homens gregos. Haverá entrevista coletiva às 11 horas desta terça-feira, na Academia de Polícia Civil do Piauí.



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