-->

Beth Cuscuz: agenciador do Maranhão 'vendia' garotas por R$ 40 (Vídeo da Operação Aspásia no Piauí)

Publicidade
Cidade Verde

O Núcleo de Inteligência da Polícia Civil divulgou três gravações feitas com autorização da Justiça durante os 15 meses da investigação da operação Aspásia, que resultou na prisão de 8 pessoas por prostituição. O áudio mostra negociações feitas entre funcionários e a proprietária da boate Beth Cuscuz.

Boate Beth Cuzcuz em Teresina-PI
Uma das gravações a própria dona da boate, Elizabeth Lourdes Oliveira, a Beth Cuscuz, conversa com um suposto agenciador de mulheres do Maranhão, identificado como Vela.

Confira Vela (suposto agenciador do Maranhão) e Beth Cuscuz:

Vela: A Claudinha me mandou uma mensagem perguntando se era verdade, de que eu tava falando que só ia prai depois que confirmasse o depósito da Amanda. Ai eu peguei falei que era verdade, que depois que confirmasse o depósito que eu ia, que as passagens estavam tudo compradas, que tava tudo certo.

Beth Cuscuz: Tá certo. Tá tudo bem. Eu não tiro sua razão não. Você tem razão. Porque a Amanda Soares veio de você, foi você que arrumou ela pra cá. Então ela tinha que receber o dinheiro dela direitinho, para poder ela voltar novamente, para puder um dia ela voltar para cá e a gente contratar novamente. Ai ela se chateou contigo por causa disso?



Vela: Ai ela pegou e falou que não gostava de ameaças, que não precisava mais eu ir não. Ai eu ta bom. Ai eu só...

Beth Cuscuz: Pois deixa eu te falar uma coisa, deixa uma coisa bem clara para ti. Vela, eu tenho, eu tenho 25 anos de casa, ta entendendo? Eu sou velha ramo, eu sou proprietária legítima dessa casa. Ela ta entrando agora no ramo. Então eu quero deixar bem claro pra você, eu gostei muito de você, eu fui muito honesta de você e lhe paguei direitinho e tudo. Eu não quero perder sua amizade. Tá entendendo?

Vela: Com certeza.

Beth Cuscuz: Eu quero lhe contratar novamente. Eeeu, eu quero lhe contratar novamente. Se a Claudia estava te pagando 30 reais por cada mulher, eu pago 40. Pronto. Nera 30 por cada mulher?

Vela: Era.

Beth Cuscuz: "Estou no ramo há 25 anos"
Beth Cuscuz: Pois eu pago 40. Eu não quero perder sua amizade. Pois quando você tiver uma menina bonita ai, que queira mandar para cá, se quiser mandar pra cá, se você quiser vim, passar uma semana, duas aqui, a porta está aberta. E eu lhe pago o que estou dizendo aqui para você. Porque eu sou a proprietária dessa boate antiga, são 25 anos de casa. Ela está entrando agora, a dona mesmo legítima sou eu.

Vela: Ai eu to indo para o Sul, que o Geovani ajeitou lá para mim ir, então quando eu voltar eu entro em contato com a senhora.

Beth Cuscuz: Pois entre, meu filho, entre em contato comigo, e ajeite umas meninas bonitas para mim, que eu coloco na sua conta 40 reais por mulher. Não se preocupe que eu pago esse dinheiro.

Vela: E até de lá mesmo, se aparecer alguma menina lá do Sul eu entro em contato com você.

Beth Cuscuz: Eu lhe agradeço muito. Lhe agradeço demais mesmo. Tá entendendo?

Vela: Isso ai não se preocupe, pode ficar tranquila, que eu vou voltar ai.

Beth Cuscuz: Porque você é uma pessoa muito bacana.

Operação Aspásia
Durante a operação, oito pessoas foram presas, entre os donos dos estabelecimentos e pessoas responsáveis pelos sites que como disse uma das delegadas da operação, funcionava como um “cardápio de mulheres”. Foram apreendidos ainda computadores e uma arma foi encontrada. Também foi apreendida uma adolescente que mantinha contato com clientes e arrumava programas para as mulheres.

Depois de uma matéria publicada no Jornal O Dia, onde foi dado indícios de que estes estabelecimentos estariam aliciando menores para prática sexual, é que se teve o estopim da investigação. O ministério público, através da Dra. Lucy Jones, encaminhou um pedido a delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, para que o caso fosse investigado. De lá pra cá, sob total sigilo se deu a investigação. Ao dar cumprimento aos mandados de prisão e apreensão, a polícia constatou a situação em que viviam as mulheres que trabalhavam nestes locais, ditos como bares e casas de show.

Foram achadas ainda agendas, e comandas que estipulavam que as moças teriam de deixar diariamente na casa o valor de R$ 120, obrigatório para permanência no estabelecimento. Foram encontrados ainda boletos destinados a taxistas que ganhavam R$ 20 por cada cliente que era levado ao local, e caso levasse mais de 5 por dia, ganhava bônus de R$ 50. Foi constatado ainda a existência de quartos onde ocorriam os encontros amorosos, o que é proibido já que os estabelecimentos tinham licença para o funcionamento como bares ou boates. Ainda com relação aos sites, a delegada informou que as mulheres pagavam até R$ 300 por mês para manter suas fotos no sites, e um deles tinha até 20 mil acessos diário.

Em outro áudio, a própria empresária negocia valores, que giram em torno de R$ 40 mil e R$ 50 mil. Detalhes ainda sobre a vinda de mulheres para as casas e sobre o funcionamento, como o fato de que cada uma delas tinha de deixar na casa R$ 120 todos os dias se quisessem sair, e para permanecerem trabalhando no local.
Advertisemen