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PF indicia executivos da Chevron por vazamento de petróleo no RJ

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por Reese Ewing e
Bruno Marfinati

A Polícia Federal indiciou executivos da petroleira norte-americana Chevron e da Transocean supostamente envolvidos no vazamento de petróleo na bacia de Campos, no início de novembro, por crimes ambientais e sonegação de informações.

O indiciamento não está relacionado a uma ação civil pública apresentada contra as empresas pelo Ministério Público Federal em 14 de dezembro, que pede uma indenização de 20 bilhões de reais por danos ambientais e sociais causados pelo vazamento no campo de Frade, a 160 quilômetros do litoral fluminense.

A mais recente ação legal contra a Chevron, a segunda maior petroleira dos Estados Unidos, e a Transocean, uma das maiores empresas de perfuração do mundo, relacionada a um vazamento de 3.000 barris que nunca chegou a atingir as praias brasileiras destaca os riscos políticos de se operar no Brasil.

O delegado da Polícia Federal no Rio de Janeiro que conduziu as investigações, Fábio Scliar, afirmou que enviou o inquérito ao Ministério Público Federal recomendando a acusação de funcionários de ambas as companhias envolvidas no caso.

"Eu firmo a minha convicção... de crimes ambientais e falsidade ideológica", Scliar disse à Reuters por telefone na noite de quarta-feira.

Funcionários das duas empresas, incluindo o presidente da Chevron no Brasil, George Buck, poderiam ser formalmente acusados se o Ministério Público, que está em recesso devido às festas de fim de ano, aceitar as recomendações de Scliar.

A Chevron afirmou que foi avisada de que a polícia estava preparando indiciamentos contra os seus funcionários do Brasil. Segundo a empresa, a decisão "não tem mérito", segundo um porta-voz da companhia.

"Iremos defender vigorosamente a companhia e seus empregados", afirmou o porta-voz da Chevron, Kurt Glaubitz, em um e-mail. "Os fatos irão mostrar que a Chevron respondeu de forma apropriada e responsável."

Representantes da Transocean também afirmaram que os indiciamentos eram infundados e que os fatos irão inocentar a empresa e os seus funcionários quando forem totalmente examinados.

Scliar disse que as empresas estavam "fazendo perfurações temerárias no Brasil", aumentando o risco permitido para esse tipo de atividade.

"Elas estavam apostando na sorte e deram azar, e daí aconteceu esse problema todo que causou um dano ambiental de graves proporções."

Fonte: Reuters
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