-->

Gessé Simão afirma que os verdadeiros garimpeiros estão focados no Projeto de Serra Pelada em vez de sucessão da Coomigasp

Publicidade
O presidente da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) é o primeiro imperatrizense a comandar a entidade que se tornou, no seu mandato, a detentora dos direitos minerários sobre Serra Pelada, em Curionópolis, no Sul do Pará.

Nesta entrevista exclusiva ele mostra os seus planos para o segundo semestre de 2011 e início de 2012. Sobre sucessão na cooperativa, manda logo um recado: não penso um segundo neste assunto nas 24 horas do dia!

Gessé Simão, presidente da Coomigasp
Veja a Entrevista
Blogue – No próximo ano, tem eleição para a nova diretoria da Coomigasp, o senhor é candidato a reeleição?
Gessé Simão – Não penso um só segundo neste assunto nas 24 horas do dia. O meu compromisso e da atual diretoria é com a implantação do projeto Serra Pelada.
Eu seria um irresponsável se na minha posição abandonasse o projeto coletivo, o sonho de milhares de garimpeiros, de muitos que deram suas vidas, que é a extração mecanizada de Serra Pelada em detrimento de um projeto pessoal. Seria pensa muito pequeno para a grandiosidade do projeto.

Muitos aliados seus já foram até para a televisão defender seu nome...
Eu entendo a posição deles. São pessoas que viram no meu nome, a concretização de um sonho. Porém, jamais poderei dar ouvidos ou me deixar levar por este tipo de opinião, mesmo quando são de meus amigos.

Não dá para pensar nas duas coisas ao mesmo tempo?
Definitivamente, Não. Para chegar onde chegamos, aconteceram tragédias. Um companheiro meu chegou a morrer em meus braços. Serra Pelada era um antro do tráfico de drogas, da prostituição infantil, do desemprego, era um pesadelo.
Agora, a paisagem mudou. Existe emprego, capacitação para as famílias, para as mulheres. A Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, (SPCDM) empresa responsável pela execução dos trabalhos e que presido o Conselho da Administração tem procurado estabelecer projetos sociais nas mais diversas áreas e também no respeito ao meio ambiente.
Agora, quando vemos máquinas gigantes e algumas delas, únicas no Brasil, trabalhando para implantar o projeto, precisamos entender as dificuldades.
No começo, sequer tínhamos autorização para fazer a pesquisa. Sem dinheiro para contratar fizemos uma parceria com a Colossus, empresa canadense de respeito e tradição no mercado de extração de minérios e junto com a Coomigasp formamos a SPCDV.
E depois da pesquisa, tínhamos que conseguir junto ao Departamento Nacional de Pesquisa Mineral, todos os documentos até o ministério das Minas e Energia,por meio do ministro Lobão e do presidente Lula, finalmente conseguimos o último documento, o alvará de lavra.
Agora, estamos perto. Porém, ainda não chegamos. Eu quero lembrar a você que a maioria dos acidentes de carro acontecem quando o motorista está chegando perto de casa. Ele se confia porque fez a maior parte do trajeto e aí vem a tragédia.
Por isso mesmo, perto de começar a produção mineral, em março do próximo ano, eu estou atento, a diretoria da Coomigasp e da SPCDM estão atentas, os delegados regionais e os garimpeiros precisam e vão ficar mais atentos quanto a qualquer tentativa de nos desviar da estrada, do foco que é a implantação do Projeto.

O senhor fala em março de 2012, a extração não estava prevista para o final deste ano?
Estava e não estava (risos). No documento inicial, aprovado em Assembléia dos Garimpeiros era que a extração de ouro em Serra Pelada começasse em março de 2012. No entanto, com o passar do tempo, como presido o Conselho da Administração da SPCDM, percebi que era possível reduzir o prazo. E chegamos a fazer o anúncio da antecipação, Coomigasp e Colossus, porém havia uma fissura no meio do caminho, imprevista no projeto mas que é considerada normal neste tipo de empreendimento e tivemos de voltar para a previsão inicial, de março do próximo ano. Não vou arriscar a vida dos trabalhadores da SPCDM. Já tivemos muitas mortes em Serra Pelada, não merecemos mais nenhuma tragédia!

Assembléia da Coomigasp na nova mina de Serra Pelada
Seus adversários costumam reclamar que o senhor está gastando muito...
As minhas contas foram aprovadas pelo Conselho Fiscal e pela Assembléia dos Garimpeiros, por unanimidade. Antes, em nome dessa economia, deixava-se os irmãos e as irmãs garimpeiras longe das decisões. Agora, é diferente. A Coomigasp paga os ônibus, alimentação e todas as despesas para as assembléias que são constantes. Foram inauguradas delegacias regionais e a Cooperativa ficou mais perto. Apoiamos entidades irmãs, como a Freddigasp, Agasp Brasil e outras. Estamos constantemente em Brasília para defender nossos interesses. Ou seja, em vez de gastar, nós estamos na realidade é investindo e o retorno, está a olho nu, podem passar na Nova Serra Pelada. Quem vê, fica encantado.

Mais sobre Serra Pelada, clique aqui.
Advertisemen