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Gatilhos de rebeliões árabes não estão claros

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Manifestantes sobem em um prédio do governo em Tobruk, na Líbia.
Foto: Reuters
por José Luiz Teixeira

A identidade das verdadeiras forças políticas que insuflaram as rebeliões nos países árabes, entre os quais a Líbia, continua sendo um mistério para mim. Principalmente porque sei que muitas vezes o povo, na sua boa fé, é usado como massa de manobra de grandes interesses políticos e econômicos.

Lembro bem de uma revelação feita em "off" pelo ainda senador Franco Montoro (MDB), em 1980, a um grupo de jornalistas de São Paulo. Contou ele ter visto um relatório sigiloso das "Sete Irmãs" (as mais poderosas empresas de petróleo da época), defendendo o restabelecimento de regimes democráticos nos países latino- americanos.

Anos depois, vi cair, uma a uma, todas as ditaduras militares das nossas então republiquetas de banana, inclusive a brasileira. Isso me levantou a suspeita de que o povo nas ruas foi apenas uma peça de um esquema maior, com o objetivo de coonestar as mudanças.

Por essa e por outras, após tudo o que li e ouvi até agora, ainda não consegui entender bem quem acionou o gatilho das turbas árabes. Muita gente tem atribuído essa força à Internet e suas redes sociais. Mas quem está, organizado, por trás da Internet?

Se as grandes corporações petrolíferas conseguiram influir no destino político da América Latina, onde não havia tanto óleo a ser explorado, imaginem seus interesses nos países que detém as maiores reservas do mundo...

Essa é a questão que tem dominado as discussões entre mim e meus botões. Afinal, nas altas esferas do poder há informações tão confidenciais que não chegam nem ao WikiLeaks.

Para Muammar Kadafi, os responsáveis pelas manifestações em seu país foram Bin Laden e "jovens drogados". Não acredito, porém, em nenhuma dessas possibilidades.

O líder da Al Qaeda não tem tamanho poder de mobilização. Sabe-se muito pouco a seu respeito, mas imagino que ele só consiga arregimentar algumas dúzias de seguidores capazes de atos terroristas pontuais, nunca rebeliões em massa.

Quanto aos "jovens drogados", também não se pode levar ao pé da letra a acusação. Afinal, se a droga em questão for maconha ou haxixe o máximo que se pode esperar da rapaziada é que esteja mais a fim de paz e amor, bicho, e não de muita agitação.

Fonte: Terra Magazzine
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