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Jean Willys mostra pau grande para O Imparcial

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O Imparcial

Jean Willys

Esta é uma manchete do jornal "O Imparcial" (de São Luis, no Maranhão), aliado da família Sarney no Estado. Minha primeira reação, ao vê-la, foi considerá-la um sintoma do analfabetismo funcional que cresce no país e, em consequência, em redações de jornais e revistas: são mais de 30,5 milhões de analfabetos funcionais; 38% destes universitários.

Depois, analisando atentamente a matéria, vi que não se trata de sintoma de analfabetismo funcional: trata-se mesmo de uma distorção/deturpação descarada do projeto que apresentamos na Câmara dos Deputados. A diferença entre a reação de "O imparcial" (que ironia; que escárnio este nome!) e a reação de grande parte da mídia conservadora no resto do Brasil é só a falta de sutileza na manipulação.

Os editores de "O imparcial" confiam mais nos efeitos do analfabetismo funcional que a oligarquia local impõe à população maranhense - instrumento de manutenção do seu poder, que vigora há quase 50 anos! Toda a esquerda é critica – com razão - às tentativas de manipulação da opinião pública empreendida pela mídia conservadora no Brasil.

Jean Wyllys
Jean Wyllys garfa São Luíz com "z" quando é com "s"
Quem não se lembra daquela manchete estampada no jornal “Diário do Acre” às vésperas do pleito em 1989 que dizia “PT sequestra Abílio Diniz”? E da recente campanha difamatória contra Marcelo Freixo empreendida por O Globo, Globo News e CBN a partir de um "disse-que-disse"? E das manchetes de O Globo, Estadão e Folha criminalizando descaradamente as primeiras manifestações populares da jornada de junho de 2013?

Só que para essa crítica ser completa, é preciso dizer que essa liberdade de manipulação sem pudor só perdura porque os governos, nem o atual, nunca romperam com as alianças políticas patrimonialistas que também sustentam esse monopólio de informação. Os jornais de Sarney, aliado dos governos do PT, e a Veja, arqui-inimiga dos governos do PT, são as duas faces da mesma moeda!

Esse episódio também mostra como essa combinação – alianças patrimonialistas e mídia monopolizada e conservadora - custa caro à sociedade brasileira, por manter grande parte da nossa população aprisionada ao seu obscurantismo preconceituoso e por frear avanços no terreno dos direitos civis.

Como pergunta Caetano Veloso, em "Podres poderes", "será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América católica/evangélica que sempre precisará de ridículos tiranos?"

Querem saber mesmo e de verdade do que trata o projeto que apresentamos (projeto que é contra a "liberação" da maconha, mas a favor de sua legalização e regulamentação como forma de enfrentar o tráfico, reduzir o número de mortes e prisões injustas, tratar dependentes químicos como doentes, assegurar a liberdade individual e de proteger crianças e adolescentes)? Querem saber? Leiam o que é publicado aqui no meu site: http://jeanwyllys.com.br/ .

Nota da página do Jean Willys: Deputado Federal eleito pelo PSOL do RIO DE JANEIRO. Jornalista e escritor baiano. Professor universitário. Colunista da revista Carta Capital. Vencedor da quinta edição do Big Brother Brasil. Biografia.

Notas do editor da Aldeia:
a) A reportagem publicada em O Imparcial é de Luciano Nascimento , da Agência Brasil, postada no dia 19 de março às 23h29min. Confirme aqui. O jornal maranhense publicou letra por letra, mas omitiu a fonte e trocou o título também sem informar aos leitores. O original é "Deputado propõe descriminalização do uso e produção da maconha".

b) O deputado Jean Wyllys usa um pau grande para bater em Chico e o esconde quando se trata de Francisco. Afinal, a mesma crítica devia se dirigir à Agência Brasil pela autoria  e ao O Estado de Minas que republicou, embora com o devido crédito a Agência Brasil. Comprove aqui.

c) Integrante dos Diários Associados, O Imparcial sempre republica reportagens nacionais de O Estado de Minas, mas omite o crédito. Ao contrário, o leitor da Aldeia sempre sabe qual é a fonte da notícia. E quando trocamos o título por algum motivo, visual ou editorial, logo tem uma nota afirmando qual é o original.

d) Alguns blogues trataram de reproduzir a íntegra de Jean Wyllys sem analisar o fato, amiúde. Maria vai com as outras...

e) Só falta Jean Wyllys dizer que o fato da publicação original ser da Agência Brasil somente corrobora que o PT e Sarney... Mais fácil para alguns do que reconhecer que erra, como faz sempre a Aldeia na seção Erramos.

e) O título, refere-se ao ditado popular explicado no item 'b'. O original é: "O mesmo pau que bate em Chico bate em Francisco" e simboliza a mesma pena para o mesmo crime, independente do nome ou sobrenome.

f) A Aldeia Global reconhece a necessidade de renovação da política maranhense e o fim do domínio do clã Sarney na política local.
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