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Veja essa: Ranking do Progresso privilegia desconhecidos

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Veja

Frederico Luiz

A revista Veja protagoniza esta semana mais episódio na sua moribunda trajetória. Criou há três anos o que classifica de “Ranking do Progresso” com a chancela do obscuro , mas pomposo Núcleo de Estudos sobre o Congresso do Instituto de Estudos Sociais e Políticos, órgão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Juntos, avaliam todos os 513 deputados federais e 81 senadores.

No começo do ranking, em 2011, a Revista que é um dos baluartes do PiG, o Partido da Imprensa Golpista, dava pistas de como seu parlamentar era julgado. Para ganhar pontos, o parlamentar precisava ser diagnosticado com ‘o complexo de vira-lata’, aquele impedia o Brasil de pagar a dívida externa, sediar uma copa do mundo, uma olimpíada ou colocar o salário mínimo numa casa superior a 300 dólares. Bastava ser contrário ao Trem Bala e pronto: o parlamentar ganhava posições.

Este ano, mais escuridão no critério e nove pontos turvos, conforme é mostrado na figura acima. Por exemplo, aparece apenas Relações Trabalhistas num dos temas. No entanto, fica evidente que o parlamentar que defende sua flexibilização e a extinção de direitos do trabalhador ganhou muito, muitos pontos.

Onofre Santo Agostini
Santo Agostini, nova referência inventada por Veja

Santa Catarina e Pernambuco

Até aí, nenhuma novidade. Mas, no afã de celebrar estes critérios, a Revista e o Instituto elegeram neste ano de 2013, ilustres desconhecidos dos leitores de Veja e dos eleitores do País. O deputado federal mais atuante, por exemplo, é Onofre Santo Agostini (PSD-SC). E o senador com maior índice em 2013 é Armando Monteiro (PTB-PE), mais conhecido por ser o presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Maranhão

No estado com os piores indicadores sociais da federação, o Maranhão, o deputado federal tucano Hélio Santos obteve a melhor pontuação. Uma surpresa até para o PSDB local.

Ex-vereador de Açailândia, Hélio Santos é mais conhecido no estado por empregar toda a parentela em seu gabinete. Ele sequer possui condições políticas de disputar a reeleição pois perdeu o apoio de seu principal eleitor, o ex-prefeito, Ildemar Gonçalves, também do PSDB. Pouco usa o microfone da casa ou apesenta projetos de lei. Mas, sempre vota com a oposição à presidenta Dilma Rousseff. Basta isso, para a Veja.

Barulhentos

O índice da Veja deste ano tenta desqualificar aqueles deputados que fazem barulho e que incomodam mesmo quando integram bancadas do governo, são os casos do senador paranaense Roberto Requião (PMDB), autor do projeto que regulamenta o direito de resposta e dos deputados do Maranhão, Domingos Dutra (SDD), ex-presidente da Subcomissão de Direitos Humanos e Weverton Rocha (PDT), autor do projeto que anistiou os militares grevistas. Eles tiveram nota bem abaixo de 5,0 no critério de Veja.

Nem mesmo os vencedores levam este ranking a sério. Afora as páginas da Veja e uma nota na página eletrônica do PSDB poucos se arriscaram a usar o indicador da revista como forma de promoção.
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