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Ronald Biggs teve carreira musical no Brasil

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Ronald Biggs

Gabriel Rocha, Trincheira

O assaltante inglês mais famoso do mundo morreu nesta quarta-feira, aos 84 anos, na Inglaterra. Biggs participou do lendário assalto a um trem pagador, em 1963. Na ação, o condutor do trem ficou ferido e sofreu sequelas pelo resto da vida. Preso e condenado, Biggs (que sempre negou sua participação na agressão ao maquinista) fugiu da cadeia em 1965. Primeiro foi para a Austrália e em 1970 se fixou no Brasil.

No Rio de Janeiro, Biggs virou uma espécie de celebridade e teve algumas curiosas experiências musicais. Em 1978, depois do fim dos Sex Pistols, o guitarrista Steve Jones e o baterista Paul Cook foram até a Cidade Maravilhosa gravar duas músicas com o foragido. “No One Is Innocent” e “Belsen Was a Gas” foram os resultados.

O ex-vocalista da banda, John Lydon (ou Johnny Rotten), não gostou nada da história. “Eu achei uma ideia de m**** apoiar um ladrão velho e babaca como Ronald Biggs. Eu não podia aprovar a ideia de celebrar alguém que fez parte de um roubo que resultou na agressão de um maquinista que teve danos cerebrais e no roubo do que era basicamente dinheiro da classe trabalhadora”, disse uma vez. Apesar da ausência de Rotten e do baixista Sid Vicious, as músicas com Biggs foram lançadas como sendo dos Sex Pistols.



Biggs também foi sócio da casa noturna pós-punk Crepúsculo de Cubatão, que abriu em 1984 no Rio. O filho brasileiro dele, Mike, virou um astro infantil como integrante da Turma do Balão Mágico. O grupo vendeu mais de 10 milhões de discos entre 1982 e 1986. No twitter, o cantor Ritchie lembrou da época em que eram colegas de gravadora.

Além dos Sex Pistols, outras bandas punks vieram atrás de Biggs. Em 1991, ele gravou “Police on My Back” e “Carnival in Rio (Punk Was)”com os alemães do Die Toten Hosen. Em 93, cantou três músicas em um disco dos argentinos Pilsen.

No início dos anos 90 ele participou do clipe “Ronald Biggs pra Presidente”, da banda brasileira Os Intocáveis. Em 2001 Biggs voltou para a Inglaterra, onde foi novamente preso. Depois de sofrer uma série de derrames, ele foi liberado da cadeia em 2009. O filho Mike, que sempre lutou para que o pai deixasse a prisão, acompanhou Ronald até o fim.





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