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Nilton Santos: morre a enciclopédia do futebol

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IOL

É considerado um dos melhores laterais esquerdo de todos os tempos. Não há um brasileiro que não diga que não foi o melhor de sempre. Para a FIFA também. Nilton Santos, o homem conhecido como a «Encilopédia do futebol» morreu nesta quarta-feira, aos 88 anos. As homenagens póstumas vão suceder-se, como muitas aconteceram ainda em vida. Porque o seu legado foi recordado desde que na década de 1950 apareceu de forma revolucionária no desporto-rei.

Nilton Santos
Nilton Santos ao lado de Zagalo (E) e das gerações seguintes, Carlos Alberto Torres e Bebeto (D)
Ele era o lateral esquerdo que não se limitava a defender, que jogava de chuteiras moles porque queria sempre atacar e que pagou com o banco de suplentes no Mundial 1950 por isso.
«'Não invejo os laterais de hoje pelo dinheiro que ganham, mas pela liberdade que têm para atacar». (Nilton Santos)
Dele disse o jornalista Armando Nogueira: «Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto! Eras um só, Nilton Santos». Esta é a epígrafe que enceta a homenagem no site do Botafogo ao seu lateral de sempre.

O clube carioca lamenta a morte daquele que era «tão adorado quanto Garrincha, tão respeitado quanto Pelé». A CBF decretou três dias de luto nacional para o futebol brasileiro.

Nas redes sociais as homenagens fizeram-se por jogadores da história mais recente do futebol brasileiro. «Que notícia triste recebo em Doha. Morre Nilton Santos, grande perda pela importância no futebol e pela história de vida. Descanse em paz», escreveu Zico. «Nilton Santos é um dos nomes mais importantes da história do futebol brasileiro. Parte e deixa muitas saudades..», escreveu Ronaldo.

Morreu o homem que foi um dos primeiros responsáveis pela contratação de Mané Garricha pelo Botafogo – vítima num treino da genialidade do «anjo das pernas tortas». «Ele me deu um baile. Pedi que o escalassem como titular. Eu não queria enfrentá-lo de novo», contou Nilton Santos uma vez.

Jogador cheio de classe, evitando as jogadas duras - «Nunca machuquei os meniscos porque nunca dei carrinho» -, também tinha manha e uma das suas táticas era a de se aperceber dos adversários pela sombra: «Nos dias em que o tempo ficava nublado, os companheiros perguntavam como eu iria me virar...» Ou a manha que ficou gravada no Mundial de 1962, quando um passo à frente depois de uma falta cometida na grande área evitou um penálti a favor da Espanha.





No Mundial de 1958 marcou o seu gol mais famoso, o segundo do Brasil frente à Áustria.

Uma carreira gloriosa do bicampeão do mundo e com dezenas de outros títulos terminou em 1964. O reconhecimento durou em vida até ontem. A lenda conmeçou agora. «Nilton Santos foi chamado de Enciclopédia. Se um dia eu for chamado de Dicionário, já ficarei muito feliz», disse uma vez Júnior, o antigo lateral do Flamengo e da seleção brasileira.
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