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Museu de Alcântara entra na era digital

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Agência do Governo do Maranhão

Um convênio firmado entre Secretaria de Estado da Cultura (Secma) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) vai garantir a inserção do Museu Histórico de Alcântara (MHA) na era digital. A digitalização do acervo e a criação do Museu Histórico Digital de Alcântara, além de facilitar o acesso, garantirão a atualidade do órgão no contexto nacional e internacional.

O projeto de digitalização do MHA contemplará todas as informações técnicas e históricas sobre cada um dos documentos, das peças e sobre o próprio museu. A ação dará suporte à organização, informatização, gestão e divulgação do acervo documental histórico e atual, já existentes, incluindo documentos públicos, livros, fotos, jornais, revistas, publicações, materiais audiovisuais, documentos históricos, de interesse estratégico para a pesquisa e divulgação científica.

O objetivo é estruturar a rede acervos, voltada à preservação, conservação e difusão dos documentos históricos. “A idéia é convidar o internauta para um passeio virtual pela majestosa construção do século XIX do período colonial com móveis, louças e arte que comportam o acervo do Museu”, ressaltou Lia Braga, diretora do MHA.

O acervo do Museu Histórico de Alcântara, atualmente, é formado por 655 peças procedentes do Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Prefeitura Municipal de Alcântara, da Prelazia de Pinheiro, de Irmandades da cidade e doações de famílias alcantarenses. Peças também reproduzem um ambiente típico de uma residência maranhense do século XIX, sendo que no conjunto do acervo destacam-se mobiliário, louças, objetos de adornos, ourivesaria e artes sacras.

Na área da Arte Sacra apresenta exemplares de Santos maranhenses dos séculos XVII e XIX em tamanho médio ou natural e uma coleção de cabeças de imagens de roca esculpidas em madeira. Também pode ser visto no Museu vitrines com jóias procedentes do tesouro de irmandades religiosas como de São Benedito, de Nossa Senhora do Carmo, de Nossa Senhora do Livramento, entre outras. O acervo é enriquecido ainda por pinturas antigas sobre metal e madeira e uma coleção de imagens e objetos da Igreja do Carmo.

O acervo documental que será digitalizado e disponibilizado é formado por 66 peças entre livros, fotografias, poemas, gravuras, pinturas, desenhos, álbuns fotográficos entre outros documentos, alguns em bom estado e outros em estado precário e regular.

Trabalho e inovação

O trabalho já está em fase de organização, seleção e classificação para que seja fotografado e posteriormente entrar na fase de digitalização. Luana Pereira da Silva, técnicos bolsistas da Fapema, historiadora graduada pela Universidade Federal do Maranhão, é a responsável pela pesquisa do acervo que será digitalizado. O trabalho fotográfico é feito pelo fotografo Albani Ramos, responsável também pela identificação visual, navegação e programação do site do Museu Histórico de Alcântara.

“As inovações tecnológicas propostas pelo Projeto Digital do Museu, disponibilizará novos serviços oferecidos pelo Museu, incluindo acesso ao acervo digitalizado, a documentos digitalizados, ao histórico e ficha técnica de todo o acervo do museu, às exposições que passarem pelo museu, à programação, eventos, informações culturais, informações administrativas, ouvidoria. Além disso, um passeio virtual pelas dependências do Museu fará com que o site seja mais atraente e cumpra de maneira mais efetiva o seu papel institucional”, informa Albani Ramos.

“Essas inovações estão vinculadas à informatização do Museu, que já está em andamento. Este é outro ponto positivo na melhoria dos serviços prestados e na divulgação do acervo, facilitando também o acesso de estudiosos e pesquisadores ao acervo documental, incluindo suas respectivas informações históricas e ficha técnica”, destacou Lia Braga.

O Museu Histórico de Alcântara está instalado em um sobrado colonial, típico dos casarões maranhenses do século XIX, sendo um testemunho de um período de opulência a riqueza baseado nas monoculturas do arroz e algodão alimentados pelo sistema escravagista. Revestido com azulejos coloridos e portais emoldurados de pedra de lioz, o prédio faz parte de um patrimônio arquitetônico cheio de histórias a serem contadas. A planta em forma de L mostra longos corredores avarandados abrindo para um pátio interno, onde se encontra um poço com bordas trabalhadas em pedra e alvenaria.

Com inúmeros detalhes arquitetônicos interessantes, o prédio do Museu Histórico de Alcântara se destaca por seus longos beirais, janelas em guilhotina, forro em espinha de peixe no segundo pavimento, balcões com base de pedra e gradil em ferro trabalhado, além de outros detalhes que garantem condições de ventilação e conferem beleza ao conjunto arquitetônico. Atualmente o Museu de Alcântara encontra-se em processo de reorganização após sua reabertura em agosto de 2011, haja vista que o prédio foi recentemente reformado pelo IPHAN, quando ficou fechado por um período de dois anos e meio.
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