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Líder italiano fala em "riscos e estado dramático"

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RFI

Roma, Itália - O líder de centro-esquerda Pier Luigi Bersani, cujo Partido Democrático venceu as legislativas italianas na Câmara, mas não obteve maioria no Senado, disse "estar consciente do estado dramático do cenário político na Itália". Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, Bersani exigiu do terceiro colocado, o comediante Beppe Grillo, que "diga o que deseja para o país".

O líder da coalizão de centro-esquerda italiana, Pier Luigi Bersani
Logo após a publicação dos resultados eleitorais, tanto a coalizão de centro-direita do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, segunda colocada na Câmara e no Senado, quanto o Movimento 5 Estrelas, do candidato populista Beppe Grillo, terceiro colocado, informaram que não farão alianças de governo. Berlusconi e Grillo têm um único ponto em comum: o discurso anti-europeu. O comediante é radical e defende a saída da Itália da União Europeia.

O Partido Democrático obteve maioria na Câmara Baixa do Parlamento, mas ficou enfraquecido no Senado (recebeu 31,63% dos votos contra 30,72% do centro-direita de Berlusconi), uma margem estreita que bloqueia as votações no Poder Legislativo.

Voto de protesto
Os italianos depositaram nas urnas um voto de protesto contra as políticas de austeridade encabeçadas pela Alemanha na Europa. A zona do euro volta a sofrer pressão dos investidores, que temem um longo período de incertezas na terceira maior economia do bloco e até o abandono das reformas iniciadas por Mario Monti, o grande perdedor nessa votação.

Bolsas despencam e
juros da dívida sobem
O clima de incerteza na Itália, pior inimigo dos investimentos, pôde ser sentido no fechamento das bolsas de valores do continente, que terminaram o dia em forte queda: Milão recuou 4,89% no fechamento, Madri despencou 3,2%, Paris perdeu 2,67%, Frankfurt cedeu 2% e Londres caiu 1,34%.

No mercado de títulos públicos, as taxas de empréstimos à Itália e à Espanha também acusaram o golpe. O prêmio cobrado para os títulos italianos com vencimento em 10 anos saltou para 4,897% contra 4,490% na véspera, voltando ao patamar de novembro de 2012. Já na Espanha, os juros das obrigações espanholas subiram de 5,168%, na segunda-feira, para 5,365% hoje, o nível mais elevado desde dezembro passado.
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