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Itália: Beppe Grillo não aceita aliança com Bersani

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Fátima Mariano, Jornal de Notícias

Aumentam os receios dos líderes europeus quanto a uma possível crise política em Itália, depois de Beppe Grillo ter esta quarta-feira recusado uma coligação com Bersani. Modelo siciliano poderá ser tábua de salvação.

Beppe Grillo

O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), o grande vencedor das eleições gerais do passado domingo e segunda-feira em Itália, anunciou esta quarta-feira que não apoiará qualquer governo que seja apresentado no Parlamento, seja qual for o partido que o suporte.

Numa mensagem publicada no Twitter, Beppe Grillo afirmou que votará apenas nas leis que vão de encontro ao programa político do M5S. "Se há propostas de acordo com o nosso programa, apoiá-las-emos", escreveu.

Este é o modelo que o M5S adotou na Sicília. Rosario Crocetta, presidente daquela região, diz que esta forma de negociar com o M5S tem funcionado desde que tomou posse, em novembro. Beppe Grillo, de 64 anos, considera que o modelo siciliano "é maravilhoso". Mas poderá funcionar no governo do país? O Partido Democrático, de Pier Luigi Bersani, obteve 123 lugares na Câmara dos Deputados, o que lhe permite formar governo, mas precisa de coligar-se com outra força política para conseguir aprovação no Senado.

Numa entrevista concedida esta quarta-feira à BBC, o líder do M5S disse esperar a realização de novas eleições gerais no prazo de um ano. Referiu ainda que as duas grandes coligações - Partido Democrático (Bersani) e O Povo da Liberdade (Sílvio Berlusconi) - chegarão a acordo e que o M5S fará oposição.
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