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Ministério Público Federal esconde valor de doações para atacar ex-deputada de Imperatriz

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por Frederico Luiz

Nos tempos de hoje, defender quem é acusado pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal, sobre corrupção parece ser uma tarefa árdua. Para muitos, melhor é publicar 'de olho fechado'. Mas, a política deste Blogue é outra.

Quem lê o texto abaixo fica ruborizado. A Assessoria de Comunicação do Ministério Público sequer teve o cuidado de ouvir Terezinha Fernandes, ex-deputada federal e ex-secretária de Trabalho e Economia Solidária do governo Jackson Lago. Nem tampouco os demais acusados. E ainda chama isso de jornalismo...

Ademais, com atuais acusações sobre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que teve amplo direito de defesa, inclusive na mídia, parecem querer 'demonizar' a política imperatrizense.

Pelo texto, Ana Paula Soares parece se tratar de uma versão 'Timbira e de saias' de Carlinhos Cachoeira, aquele que enriqueceu as custas da jogatina no Rio de Janeiro e Goiás. Na verdade, trata-se da respeitada ex-secretária adjunta do Serviço Social e mulher do jornalista Marco Franco.

O release do Ministério Público 'esconde' o valor das doações para tentar comparar Ana Paula com uma rica empresária que vive às custas do serviço público, como aqueles denunciados na Rede Globo e que se ocupavam de assaltar hospitais do Rio de Janeiro.

Em 2010, quando concorreu à Câmara Federal, conforme publica o portal Às Claras, Terezinha arrecadou pouco mais de 66 mil Reais (R$ 66.049,58). Quem mais contribuiu para sua campanha foi o Comitê Financeiro Único, do diretório nacional, com R$ R$ 8.474,58. O candidato ao governo, Flávio Dino aparece com R$ R$ 2.675,00 e Kalho Barbosa com R$ 700,00. Ana Paula Soares está fora da lista de doadores.

Em 2002, quando venceu a eleição para a Câmara Federal, Terezinha Fernandes gastou, ainda segundo Às Claras, R$ 293.385,00 alcançando média de R$ 5,09 por voto. Mas, Ana Paula Soares aparece com doação de R$ 1.000,00. Quantia plausível para quem ocupava de confiança no primeiro escalão da administração.

Agora, o MPF no Maranhão quer convencer, pelo menos, o release demonstra. Que Ana Paula Soares investiu R$ 1 mil para ganhar R$ 3 milhões, anos depois que Terezinha, fora do mandato, ocupou uma secretaria do governo Jackson Lago. Santa ignorância:

Veja com seus 'próprios olhos':

MPF/MA denuncia esquema de montagem
de licitações em secretarias estaduais

O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) denunciou a ex-deputada federal Terezinha das Neves Pereira, conhecida como Terezinha Fernandes, e mais cinco pessoas por envolvimento em esquema de montagem de licitações envolvendo a Secretaria Estadual do Trabalho e Economia Solidária (Setres), a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social do Maranhão (Sedes) e as empresas Solar Consultoria de Eventos Ltda. e Sinergia Gestão e Cidadania.

Release contra a ex-deputada federal é distribuído pelo MPF-MA
A denúncia é fruto de uma investigação levada a cabo pelo MPF/MA, Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) no Estado do Maranhão em convênios firmados pela Secretaria Estadual do Trabalho e Economia Solidária (Setres) e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social do Maranhão (Sedes) com o o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nos anos de 2006 e 2007, que totalizaram quase R$ 3 milhões.

A denuncia trata, especificamente, das fraudes nos convite n. 15/2007, 16/2007 e 17/2007/SETRES/MA, durante a gestão da então Secretária da Setres, Terezinha das Neves Pereira. Além dela, também foram denunciados o presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL), Júlio Gonçalves Simões, o assessor de planejamento, Marcelino Santos de Amorim, e os proprietários das empresas vencedoras das licitações fraudulentas, João de Jesus Costa e Ana Paula Soares Silva, da empresa Solar Consultoria de Eventos, e Gilberto Freire Santana, do Instituto Sinergia Gestão e Cidadania.

Foi comprovado na investigação que não houve publicidade nas licitações e para os três processos foram convidadas apenas as mesmas empresas. Além disso, embora o serviço contratado fosse ser executado na capital do estado, o Instituto Sinergia Gestão e Cidadania, com sede em Imperatriz, a 640 km de São Luís e reduto eleitoral da ex-deputada federal, foi convidado para os três.

A investigação também demonstrou que os proprietários das empresas vencedoras das licitações fraudulentas são aliados políticos da ex-secretária e foram doadores de sua campanha para deputada federal.

De acordo com o procurador da República Juraci Guimarães Júnior, autor da denúncia, "a promíscua relação entre políticos e doadores de campanha proprietários de empresas que serão favorecidas em futuros contratos com a administração pública é uma das principais mazelas do sistema político brasileiro e vem merecendo forte atuação do Ministério Público Federal para combatê-la," disse.

Segundo Juraci Guimarães, as investigações dos convênios ainda não terminaram e podem resultar em novas denúncias. Se condenada, Terezinha das Neves Pereira pode pegar uma pena de até 8 anos de prisão, os demais denunciados, até 4 anos.

Fonte: Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão
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