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Polegar deixa o RJ e segue para presídio federal em Rondônia

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O traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, ex-chefe do tráfico de drogas do Morro da Mangueira, na Zona Norte, decolou num um vôo comercial no Aeroporto Tom Jobim, rumo a Porto Velho, capital de Rondônia, no início da manhã deste sábado. Ele foi transferido do complexo de Bangu, onde estava preso desde a semana passada, após ser preso na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

O comboio levando Polegar saiu do complexo de segurança máxima de Bangu pontualmente às 4h. Três viaturas da PF, uma delas levando o traficante, com o apoio de 16 homens do Batalhão de Choque em duas viaturas e sete motocicletas, seguiu em alta velocidade pela Avenida Brasil. Não houve problemas durante o trajeto. Trinta e cinco minutos depois, o traficante desembarcava no terminal de embarque internacional.

Vestido com trajes de preso, ele passou rapidamente pelo saguão e foi conduzido direito para o setor de custódia da PF, de onde só saiu para embarcar no avião. "Montamos essa operação nesse horário para garantir a segurança de todos: do preso, de nós policiais, dos passageiros e para não prejudicar a segurança e a rotina do aeroporto", explicou o delegado federal Alfredo Dutra, responsável pelo esquema de transferência de Polegar.

O delegado, no entanto, por medida de segurança, não deu detalhes sobre o horário e o destino do voo levando Polegar.

Preso no Paraguai
A ida do traficante para Rondônia foi antecipada por O DIA, na última sexta-feira, quando ele chegou ao Rio, vindo do Paraguai, onde foi preso. Polegar é o chefe do tráfico de drogas na Mangueira.

Polegar chegou ao Rio sob escolta de 20 policiais, aproximadamente, fortemente armados, que cercaram o avião onde o traficante estava e o acompanharam até a viatura que levou Polegar do aeroporto. Antes de desembarcar no Rio, Polegar foi ouvido por policiais federais sul-matogrossenses e encaminhado ao aeroporto, segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Federal.

Documento falso
Ao ser pego pela polícia paraguaia, o criminoso apresentou documento falso. Mas, para azar de Polegar, havia mandado de prisão em nome de José Targino, o que teria feito com que os agentes resolvessem mantê-lo detido. Após a Polícia Federal (PF) ser informada da detenção do brasileiro, ele foi reconhecido como Polegar com auxílio da Secretaria de Segurança do Rio.

O traficante alegou que estava no Paraguai viajando com a família e que “não quer saber da vida de crime”. Foram apreendidos com ele dois carros de luxo: uma caminhote Toyota Hilux, avaliada em cerca de R$ 140 mil, e um Kia Cadenza, de R$ 110 mil. A polícia paraguaia suspeita que Polegar estava comandando um grupo de criminosos em Pedro Juan Caballero.

Passeios pelo Nordeste
O bandido estaria no Paraguai desde sua fuga do Complexo do Alemão, em novembro, após a região ser tomada pelas forças de pacificação. Após esta fuga, o chefão teria vindo algumas vezes ao Brasil, mas não ao Rio. O destino seria o Nordeste, apenas para passeio. Segundo a polícia, ele continuava mandando no tráfico da Mangueira, apesar de a favela estar ocupada pelo Bope desde junho. A comunidade irá ganhar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O Disque-Denúncia (2253-1177) chegou a oferecer R$ 2 mil por informações sobre seu paradeiro.

Polegar é condenado por tráfico e associação para o tráfico, e estava foragido desde 2009, quando saiu para trabalhar e não voltou mais para a cadeia.

A Secretaria de Segurança afirma que apoiou a ação da PF, e que a investida foi coordenada por Beltrame.

Imóveis de luxo
Após a tomada do Complexo do Alemão e a fuga de Polegar da área, os policiais encontraram a casa em que o chefão da Mangueira se escondia, que tinha até uma banheira de hidromassagem.

Luxo a polícia também encontrou, em novembro do ano passado, no apartamento em que a mulher de Polegar morava num condomínio da Barra, com piscina e área de lazer. Na ocasião, Viviane Sampaio da Silva foi presa por agentes da 9ª DP (Catete).

Levantamento da Polícia Civil estimou que seu patrimônio chegaria a cerca de R$ 3 milhões. Além de imóvel na Barra, Polegar teria apartamento no Leblon e outras casas em Niterói, São Gonçalo e Jacarepaguá. Uma Nissan Frontier foi apreendida.

Fonte: O Dia
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