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Inoperância permite o genocídio do último povo indígena isolado no Maranhão

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A equipe do Cimi de apoio aos povos indígenas isolados reuniu-se em Porto Velho/RO nos dias 26 a 28/10/2011 para fazer uma atualização de dados e apartir deles analisar o contexto em que se encontram estes povos na Amazônia.

Chamamos atenção para o risco de morte dos indígenas Awá-Guajá isolados, no Maranhão (Região de Santa Inês) pela ação de madeireiros que deixam um rasto de destruição na ultimas florestas da região localizadas no interior das terras indígenas.

Os madeireiros,respaldados por influentes forças políticas, constituíram um verdadeiro poder paralelo afrontando o Estado de Direito e ameaçando a todos que se contrapõe mas suas práticas ilegais. Desdenham das forças de segurança que se revelam incapazes de combater os crimes e de por fim a invasão das terras indígenas.

Os Awá-Guajá perambulam em 05 terras indígenas demarcadas, continuamente invadidas e depredadas por madeireiros, que abrem estradas no seu interior, expondo esses grupos a massacres, a contaminação por doenças e afetando diretamente os recursos naturais que garantem a sua sobrevivência.

Essa situação persiste e vem se agravando apesar das reiteradas denúncias encaminhadas pelos povos indígenas do Maranhão e das cobranças do Ministério Público Federala Funai, Ibama e Polícia Federal que tem como atribuição garantir a proteção dos povos indígenas.
Assusta-nos a inoperância e a omissão do poder publico diante do extermínio anunciado dos Awá Guajá isolados e a sua indiferença em relação ao Poder paralelo instalado pelos madeireiros na região.

Diante dessa realidade de ameaça a vida e de flagrante desrespeito aos direitos dos povos indígenas e dos crimes ambientais no Maranhão rogamos por uma mobilização imediata do governo federal para por fim a exploração ilegal de madeira nas terras indígenas e a impunidade na região.

Porto Velho, 28 de outubro de 2011.
Equipe do Cimi de apoio aos povos indígenas isolados.

Fontes: Cimi, Correio do Brasil e Paraiba.com.br

Mais sobre os Awá Guajá
Conhecer e fotografar os índios Awá-Guajá foi um sonho realizado. Uma experiência e tanto. De passagem por São Luis/MA, ventilou-se uma possibilidade de conhecermos uma tribo indígena, no noroeste do Estado. Contatamos com a Funai e partimos da capital do regue brasileiro, indo direto para o posto da Funai, na cidade de Santa Inês (368km de Imperatriz) , a procura do contato e do tão sonhado momento.

Viajamos três horas por estradas perigosas, cheias de curvas e ladeiras, até chegarmos às margens do rio Caru, já de noitinha. Pegamos uma canoa chamada Avoadeira e, do outro lado, pisamos nas terras dos Awá-Guajá. Andamos um quilômetro e já estávamos no acampamento da Fundação Nacional do Índio, onde nos alojamos. Depois do jantar – cozido de peixe com farinha bem grossa - sentamos na varanda.

Quando começamos a prosar, chegaram dois índios falando em Tupi-Guarani, dizendo que fizeram a takaia para a cerimônia de “Ohó iwa-beh” (em português “viagem para o céu”). Estávamos com sorte, pois a nossa permanência seria de apenas uma noite e uma manhã, e sabíamos que esse ritual se tornara raro para os Awá. Portanto, um presente dos Deuses, deles.




Fonte: Hugo Macedo Fotografias
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