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Ideli não conseguiria trabalhar comigo na SRI, diz Cláudio Vignatti (PT-SC)

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por Marcela Rocha

Cláudio Vignatti (PT-SC) deixa seu cargo de secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais nos próximos dias - segundo ele mesmo garante. O catarinense entregou a cadeira assim que Ideli Salvatti (PT-SC) assumiu o comando da pasta no lugar de Luiz Sérgio (PT-RJ), há três semanas.

Em entrevista a Terra Magazine, ele relata que a equipe foi inteira trocada pela nova ministra, e provoca:

- Eu trabalharia normalmente com qualquer pessoa. Mas sei que Ideli teria dificuldades de trabalhar com a minha presença ali - afirma.

Para justificar as diferenças, o secretário-executivo argumenta que atua em grupo distinto ao da Ideli dentro do PT catarinense. Ele também recorre ao resultado das urnas para buscar razões na dificuldade de relacionamento com a nova ministra:

- Por mais que não tenhamos nos elegido, fiz mais de um milhão de votos para senador e ela, 700 mil votos para o governo. Nenhum de nós foi eleito. O resultado de Santa Catarina foi ruim, e foi lá o pior resultado eleitoral de Dilma.

Vignatti afirma que sua nova ocupação ainda está sendo estudada por Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência. Pode ser, conforme conta o catarinense, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Santa Catarina ou a Secretaria Nacional da Micro e Pequena Empresa, ainda em processo de criação.

Confira abaixo a íntegra da entrevista:
Terra Magazine - O senhor entregou o seu cargo, certo?
Cláudio Vignatti - No primeiro dia, inclusive, coloquei meu cargo à disposição de Ideli, para que ela tivesse liberdade de montar a equipe dela. Ela acabou pedindo para que eu ficasse até ela montar a equipe, porque toda a secretaria foi trocada e só tinha eu de "memória". Permaneci para fazer o repasse das informações da relação parlamentar desse período. Ainda estou lá, mas não sei quando sairei. Creio que em poucos dias.

É uma pessoa do mesmo partido que o senhor e do mesmo Estado. O esperado seria a sua permanência no cargo, não?
Eu trabalharia normalmente com qualquer pessoa. Eu sei que Ideli teria dificuldades de trabalhar com a minha presença ali. Mesmo sendo do mesmo Estado e partido, atuamos em grupos diferentes. Por mais que não tenhamos nos elegido, fiz mais de um milhão de votos para senador e ela, 700 mil votos para o governo. Nenhum de nós foi eleito. O resultado de Santa Catarina foi ruim, e foi lá o pior resultado eleitoral de Dilma.

Existem problemas regionais no PT catarinense, conforme o senhor afirmou. Quais são esses problemas regionais e como eles surgiram?
O PT de Santa Catarina precisa fazer um processo de conscertação. O partido é forte, mas tem que buscar uma unidade partidária em torno de um projeto para Santa Catarina. Essas divisões que envolvem brigas e disputas não ajudam ninguém.

Para onde o senhor vai? Há quem defenda que assuma o Dnit de Santa Catarina. Isso corresponde aos fatos?
Isso está na pauta. Tem uma possibilidade de eu assumir a Secretaria Nacional da Micro e Pequena Empresa, até porque fui presidente da Frente Parlamentar e tenho uma interação muito forte com a micro e pequena empresa brasileira. O problema é que essa Secretaria pode demorar a sair, o projeto ainda está tramitando na Câmara. Bom, Gilberto Carvalho está cuidando disso. Ou vou para o Estado ou fico com uma função nacional.

Como avalia essas primeiras semanas de Ideli na Secretaria?
Ela está indo bem. Ela gosta de fazer aquilo, mas vai depender da tinta da caneta dela, porque ali é conflito 24 horas por dia. É um Ministério para resolver conflitos.

Como você vê o resurgimento do caso "dossiê dos aloprados"?
Pois é... pois é... Eu acho que é uma questão conjuntural, e não deve pegar na Ideli.

Fonte: Terra Magazine
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