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Cigarros eletrônicos: vilão ou alternativa?

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por Margarida Telles

Nos Estados Unidos e na Europa, locais em que as leis de restrição ao tabaco são cada vez mais severas, é possível ver pessoas ostentando um tipo diferente de cigarro entre os lábios.

Aparentemente similares aos cigarros tradicionais, eles ficam com a ponta vermelha quando o fumante traga, e liberam fumaça. Mas para o espanto – e alegria – das pessoas em volta, a fumaça não tem cheiro algum, e a “brasa” na ponta do cigarro é uma luz artificial.

Estes são os cigarros eletrônicos, chamados de “e-cigarettes” lá fora. Criados em 2009, eles viraram moda por prometer benefícios à saúde do fumante. Além disso, são tolerados em locais onde os cigarros convencionais são proibidos, como aeroportos e até mesmo hospitais.

E-cigarros tem aparência dos cigarros comuns
Mas será que eles fazem tão bem quanto afirmam as empresas que os vendem?

À primeira vista, os cigarros eletrônicos apresentam muitas vantagens. Embora o seu formato seja parecido com o bom e velho cigarro tradicional, eles são feitos de plástico e não possuem tabaco em seu interior. Um atomizador espalha a nicotina em minúsculas gotas, que se misturam ao vapor produzido pelo aparelho. O fumante aspira a nicotina e solta apenas vapor inodoro.

Assim, a pessoa não fica com o desagradável cheiro de fumaça, e quem está ao lado não fuma de forma passiva. O cigarro contém apenas nicotina, e não leva substâncias tóxicas como alcatrão ou os aditivos presentes no tabaco dos cigarros convencionais.

Por apresentar todas essas vantagens, os e-cigarettes ganham cada vez mais espaço no exterior. Muitos fumantes trocaram os cigarros tradicionais pelos eletronicos, seja pelos benefícios à saúde, seja pelo custo.

Enquanto os maços de cigarros tradicionais têm seus preços elevados por impostos, os e-cigarettes são recarregáveis. Segundo o Los Angeles Times, que fez esta semana uma matéria cheia de elogios à novidade, uma pessoa que fuma um maço de cigarros por dia poderia economizar até mil dólares por ano com os cigarros eletrônicos.

Embora tais pessoas garantam que os e-cigarettes são uma ótima alternativa ao cigarro convencional e até mesmo ajudam a parar de fumar, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda do produto no Brasil em 2009, pois não existem estudos que provem que os cigarros não têm efeitos colaterais.

Se depender dos pesquisadores da Universidade da Califórnia, os cigarros eletrônicos nunca serão liberados por aqui. Em um estudo feito no ano passado, cientistas testaram os efeitos dos novos cigarros em uma máquina que simula o pulmão humano. A conclusão foi de que após dez tragadas, a densidade do aerosol inalado diminui e o fumante deve fazer o dobro de força para conseguir a mesma quantidade de nicotina. Isso poderia prejudicar o sistema respiratório.

Fonte: Mulher 7x7 - Revista Época

E-cigarro

por Líria Alves
Graduada em Química

Um aparelho desenvolvido com uma alta tecnologia pode se transformar em mais uma arma para as pessoas que querem parar de fumar. O cigarro eletrônico funciona da mesma forma que os adesivos e chicletes de nicotina, entregando aos poucos a substância ao fumante.

A principal diferença do cigarro eletrônico em relação aos outros produtos é a simulação do ato de fumar, ou seja, a mesma sensação sem causar danos e que pode até ajudar as pessoas a largar o vício. O dispositivo mantém o usuário livre das substâncias tóxicas e cancerígenas, como cádmio, arsênio e muitas outras.

Essa novidade já está à venda em sete países e consiste em um cigarro sem fumo, ele emite fumaça, mas de vapor. O aparelho contém um líquido composto por nicotina pura, essa solução é aquecida por um circuito elétrico e se transforma em vapor, que é tragado pelo fumante. Esse vapor só contém água e nicotina, por isso o cigarro eletrônico reduz o risco de câncer. Teoricamente a nicotina não causa câncer, mas é a substância que faz com que o usuário se vicie, e neste novo cigarro ela é encontrada em proporções equivalentes a 20 cigarros tradicionais.

Entenda como funciona o cigarro eletrônico
Estrutura do aparelho:
Botão liga-desliga: o acionamento desse botão ativa o processo.

Bateria: é recarregável, ou seja, o fumante pode obter a recarga de uma tomada comum.

Câmara de vaporização: contém uma resistência elétrica e um microchip que controla o processo. É nessa câmera de vapor que vai ocorrer a vaporização da solução química.

Cartucho: nesta parte do cigarro vai ficar armazenado o vapor que contém nicotina.

Boquilha: é o orifício por onde irá passar o vapor.

Funcionamento:
Acendimento: o usuário aperta o botão (liga-desliga) e a resistência elétrica é ativada para aquecer a câmara de vaporização.

Tragada: quando o fumante traga através da boquilha, o chip controlador dá ordem à resistência e essa aumenta a temperatura.

Fumaça: com o calor intenso a solução química passa para o estado de vapor, este é rico em nicotina que sai pela ponta do cigarro e é aspirado pelo fumante.

Segundo os fabricantes, o cigarro eletrônico possui a vantagem de não afetar pessoas que estão em volta (os fumantes passivos) e ainda pode ser utilizado em locais de não-fumantes.

É válido lembrar que queimar tabaco nunca será seguro, mas é possível criar alternativas de fornecer a nicotina ao fumante. A melhor maneira de evitar doenças provenientes do cigarro é: parar de fumar.

Fonte: Equipe Brasil Escola
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