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Duailibe e as faces da publicidade de Imperatriz

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Duailibe: criação faz parte da vida, na publicidade e em muitos outros campos. Foto: Reprodução
Criar – eis aí um verbo que define bem Marco Duailibe. Redator publicitário há mais de 30 anos, sua capacidade criativa vai além de slogans, spots e trocadilhos comerciais: ele cria músicas, poemas, livros e mais um monte de coisas legais. Marquinho, como é popular e carinhosamente chamado por todos, é quase um Midas...

Duailibe começou cedo nos reclames. Aos 16 anos, foi bater ponto na Agência Phocus, pioneira da publicidade em São Luís. Não havia computador nem internet, o trabalho era quase artesanal.  Para Duailibe, aquela forma de trabalhar era, porém, fascinante porque o estimulava a pensar mais, ter paciência, sair da normalidade.

Depois do primeiro trabalho em agência, ele foi parar na televisão. Trabalhou na TV Bandeirantes, TV Ribamar, Difusora e Mirante – nesta última fez parte das equipes de fundação em São Luís e Imperatriz.

Aos 17 anos, entrou para o curso de Radialismo. Da experiência com rádio, Duailibe recorda o tempo em que apresentava um quadro intitulado Mister Amor. “Eu era extremamente esotérico e respondia às cartas das pessoas que queriam saber se seu signo combinava com tal. Tão famoso o quadro que virou um programa, um período mesmo fascinante”.

Além da formação em radialismo, Duailibe cursou Letras. Segundo ele, o estudo da literatura brasileira, maranhense e estrangeira, é um dos segredos da sua criatividade.

Durante 12 anos, Marco Duailibe trabalhou na Imagine Comunicação, agência que lhe deu suporte para aprender mais sobre publicidade e propaganda. Na época, não existiam cursos universitários na área. Por isso, ele afirma com propriedade que sua produção intelectual é 80% dom e 20% técnica. Com tanto talento, os prêmios de criação vieram naturalmente. E foram mais de 20, entre eles os de colunista Norte Nordeste, Melhor Redator e Criador da Imagine Comunicação. Chegou a ser também um dos finalistas do “Profissionais do Ano” da Globo.

Tanta experiência o levou a coordenar o curso de Publicidade e Marketing do CEUMA em São Luís. Algo fenomenal para quem nunca havia cursado a área. “A experiência acadêmica foi totalmente diferente para mim, nunca tinha coordenado um curso. Mas fiz com competência e ainda criei o projeto do curso de moda e gastronomia, minha marca no CEUMA”.

Duailibe já brilhantou a equipe da Canal Comunicação em Imperatriz em duas ocasiões. Seu dinamismo e sua inventividade renderam várias peças publicitárias inovadoras e marcantes para a região. Ele agora está voltando para a Ilha do Amor, mudando de cidade mas não de importância nem de presença na Canal. Afinal, a tecnologia está aí para aproximar as pessoas que se gostam e implodir as barreiras geográficas.

Pensamentos Duallibiano...


"Sou de uma geração muito trabalhadora", diz Duailibe
Foto: Reprodução
Origens: “Nasci em South Luiz, São Luis, no dia 19 de fevereiro de 1963, às quinze para as duas da madrugada. Meu pai, filho de Libanês, e minha mãe, uma mistura de holandês com índio, uma loucura. Minha mãe nasceu no Rio, carioca. Tenho origem libanesa.  Somos sete irmãos no total, cinco homens e duas mulheres”.

Desafios: “Na área profissional, meu maior desafio foi atender clientes grandes como Governo, Prefeitura, Vale do Rio Doce. Não é fácil você pegar grandes clientes e ter idéias legais para vender. Na área pessoal, foi assumir minha homossexualidade aos 17 anos. Isso pra mim foi o meu maior desafio, porque eu sou de uma época em que havia uma grande repressão em cima da sexualidade. Eu não tenho,  não tenho um pingo de vergonha da minha sexualidade, pelo contrário, tenho o maior orgulho de ser o que eu sou.”.

Qualidade: “Eu tenho uma qualidade, eu sou de uma geração muito trabalhadora, que começou do zero. Essa geração de hoje é muito imediatista, os jovens querem se formar e já serem doutores, ganhando não sei quantos mil, e não querem passar pelas fases, eles querem cortar, ter atalhos. Eu não tive atalhos, eu vim lá do comecinho da estrada, até onde eu estou hoje.”

Amizades: “Os meus amigos, eu tenho o maior carinho, maior respeito, tenho amizades de 40 anos atrás. Meu melhor amigo é o Plínio, que é filósofo, somos amicíssimos. Chafi Braide tem uma história na minha vida de companheirismo, de amizade, eu conheço Chafi desde criança, nossos pais eram amigos. Quando foi fundada a Mirante, tanto em São Luís quanto em Imperatriz, nós estávamos juntos, ele era contato comercial e eu criava os comerciais. São exemplos de amizades duradouras”.

Estilo: “Sou despojado. Quando você está na adolescência acaba seguindo a moda, mas depois de um certo tempo você percebe que isso é tão descartável, a moda, depois de uma época, passa a ser descartável. Eu não me preocupo mais com a moda, eu me preocupo com o bem-estar. Roupa pra mim tem que trazer  bem-estar, eu tenho que estar me sentindo bem. Não importa se ela é de marca ou não. Venho trabalhar de sandálias e roupas leves”.

Planos: “Eu já fiz música para todo mundo,  tenho música minha em CD de vários artistas, falta fazer meu CD, e eu vou fazer agora, se Deus quiser. Ano passado eu ganhei o Festival de Carnaval da Mirante, já ganhei festival de música em São Luís. Eu tenho muito parceiros, inclusive, Zeca Baleiro, Josias Sobrinho, tem vários artistas meus parceiros. Está na hora de fazer o meu CD. Além do CD, meu plano é voltar para São Luís para perto da minha família”.

Fase Indiana Jones: “Eu digo que é aquela fase que você não tem medo de nada, é a fase da inconsequência. Eu era capaz de largar um emprego e ir para outro sem saber se o outro ia dar certo, eu era capaz de passar o final de semana inteiro bebendo, fumando, sem saber que ressaca eu teria, eu era capaz de fazer uma viagem para um lugar totalmente ermo, sem saber se eu ia levar uma picada de cobra, igual a um Indiana Jones mesmo.  Eu fiz tudo que eu tive vontade, mesmo sabendo das consequências que iam acontecer, mas eu fiz.”

Fonte: Canal Comunicação
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