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Igreja tira apoio a hospital por aborto que salvou mulher

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Em novembro de 2009, a equipe médica do tradicional hospital St. Joseph, em Phoenix, nos EUA, decidiu realizar um aborto para salvar a vida da gestante.

Segundo relatos médicos, a mulher, de cerca de 20 anos, estava grávida de onze semanas quando lhe foi diagnosticado problemas com a pressão arterial que subia a cada dia com o avanço da gestação. Afetando seu estado de saúde que se deteriorava à cada semana. Até que órgãos vitais como coração e pulmões começaram a ser afetados e os médicos concluíram que o aborto era a única maneira de salvar sua vida. Diante do risco e ameaça à sua vida, a mulher e sua família decidiram pela interrupção da gestação.

Mas o relatório dos médicos e declaração da mulher não convenceram a hierarquia da Igreja que decidiu pelo rompimento com o hospital fundado por freiras há 115 anos. E no último dia 22, o bispo Thomas J. Olmsted, anunciou o rompimento.

Olmsted declarou que sua decisão de cortar qualquer ligação entre o hospital e a Igreja se deu depois de ter perceber “que não havia da parte dos responsáveis pelo hospital qualquer arrependimento ou desejo de seguir os ensinamentos católicos em futuras ocasiões” (Guardian, 22/12/2010).

Segundo ele não havia justificativa para a interrupção da gestação: “O bebê estava saudável e não havia problemas com a gravidez. A mãe tinha uma doença que precisava ser tratada, mas em vez de tratar a doença, o St. Joseph decidiu que o bebê saudável deveria ser morto diretamente. Isso é contrário aos ensinamentos da Igreja”, afirmou (idem).

Além do rompimento com o hospital que perderá sua capela e a designação de instituição católica, uma das freiras envolvidas na decisão foi avisada de que “se encontrava automaticamente excomungada”.

Para o Comitê de Doutrina da Conferência norte-americana de bispos católicos o problema estaria em estabelecer um critério para escolher entre uma ou outra vida, como se a vida da mulher, e mãe não pudesse se sobrepor inclusive do ponto de vista do direito à vida de embrião ou do feto.

Já a diretora do hospital, Linda Hunt, mesmo após a decisão da Igreja declarou que a decisão de sua equipe “foi consistente com base nos valores da dignidade e da justiça” e que “se estamos perante uma situação em que a gravidez ameaça a vida de uma mulher, a nossa prioridade é salvar os dois. Mas se isso não for possível iremos sempre salvar a vida que podemos salvar, e foi isso que fizemos neste caso.”

O hospital de St. Joseph tem 697 leitos e uma equipe de 5000 pessoas. É reconhecido em todo os EUA por seus departamentos de neurocirurgia, e tratamentos à doença de Parkinson, sendo habitualmente classificado como um dos 10 melhores hospitais norte-americanos.

O rompimento da Igreja não afetará o funcionamento nem os serviços do St. Joseph, porque este não depende financeiramente da Igreja, mas fica claro que a posição da Hierarquia Católica é de estabelecer um clima terror, e chantagem moral, pela tradição católica do St. Joseph que foi fundado por freiras e tem grande parte de seu pessoal vinculado à Igreja.

Fonte: Portal do PCO
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