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O governador Carlos Gaguim (PMDB), do Tocantins, é citado 66 vezes em relatório sobre organização criminosa acusada de fraudes em licitações públicas. Entre as páginas 91 e 302 do dossiê - uma peça de 428 páginas que aponta as atividades do grupo - , a promotoria menciona o chefe do Executivo ora por seu nome completo, ora pelo sobrenome, ou por Gaguim, ou ainda por São Pedro, como ele é tratado pelos alvos da investigação.Gaguim: Ligações perigosas com Manduca e Cepera, afirma MP. Foto: Reprodução |
O Ministério Público de São Paulo, que investiga as fraudes, é taxativo quando fala de Gaguim. "Em razão de seu apoio, o governador teria sido agraciado com viagens, estadias em hotéis de luxo, participação em eventos automobilísticos e até com o serviço de prostitutas."
Não existe uma acusação formal porque o Ministério Público não pode investigar governador, atribuição do Superior Tribunal de Justiça - corte para a qual cópia do relatório foi enviada. Mas o texto contém trechos que ligam Gaguim diretamente aos principais integrantes da organização, em particular o lobista Maurício Manduca e o empresário José Carlos Cepera.
Presos há 11 dias por suspeita de crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e quadrilha, Manduca e Cepera são amigos e aliados do governador. Ambos têm contratos com a gestão Gaguim. O lobista é sócio de Duda Rodrigues, cunhado do governador, em uma boate em Palmas.
Em abril, Manduca integrou a comitiva do governador em viagem à China e aos EUA. Na câmera do lobista, que a polícia apreendeu no dia de sua prisão, há imagens dele com Gaguim ao lado de autoridades chinesas. Em Pequim, o governador foi buscar créditos para exploração de minérios no Tocantins, uma das atividades de Manduca.
Fonte: Agência Estado - O Estado de São Paulo
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