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Ferreira Gullar conquista o Prêmio Camões

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Deu no blogue do Manoel Santos

O poeta maranhense Ferreira Gullar, de 79 anos, autor de “A Luta Corporal” (1954), “Poema Sujo” (1975) e “Muitas Vozes” (1999), entre outros livros, conquistou nesta segunda-feira (31) o Prêmio Camões.

Criado em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, o Camões é o principal prêmio da literatura em língua portuguesa. O escritor receberá 100 mil euros (cerca de R$ 222 mil).

Gullar participava de um evento literário em Monteiro Lobato, cidade do interior de São Paulo, quando o prêmio foi anunciado, em Lisboa. “Estou muito surpreso, confesso que jamais imaginei que isso fosse acontecer. Esqueci até que a decisão seria agora. Acho que Monteiro Lobato me deu sorte”, disse. Gullar estava na fazenda Sítio do Pica-Pau Amarelo, onde Lobato escreveu muitos de seus contos e romances, quando foi avisado pelo amigo e membro da Academia Brasileira de Letras Antonio Carlos Secchin.

Sobre o dinheiro, Gullar disse não ter ainda a mínima ideia do que fazer com ele. “É o que menos me preocupa. Estou muito honrado por ter ganhado o prêmio mais importante da nossa língua. Portugal tem uma certa simpatia por mim, o que muito me honra. Até porque sou neto de português.”

Gullar (imagem ao lado) completará 80 anos em setembro, quando também lançará um livro inédito de poesia, “Em Alguma Parte Alguma”, pela editora José Olympio. Além dos poemas, já escreveu crônicas, ensaios literários, livro de memórias, peças de teatro e roteiros para TV. Hoje é colunista do caderno Ilustrada, da Folha de S.Paulo.

Considerado pela crítica um dos maiores poetas do país, Ferreira Gullar é o nono brasileiro a receber o Prêmio Camões. Em 2002, seu nome esteve entre os cotados para o Nobel de Literatura.
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