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Conheça as 5 facções que controlam o crime no Maranhão

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Anjos da Morte, Primeiro Comando do MA, Primeiro Comando da Ilha, Bonde dos 40 e Bonde dos 300


Ônibus incendiado
Clique na imagem e siga para galeria com fotos da tragédia de sexts-feira, 3, em São Luís
R7

O Complexo Penitenciário de Pedrinhas sofre com superlotação nas quatro unidades prisionais, sendo que duas delas concentraram os conflitos que terminaram em 60 mortes ao longo de 2013, segundo o Conselho Nacional de Justiça. A reportagem da Rede Record ouviu homens aprisionados no CDP (Centro de Detenção Provisória), uma das cadeias do complexo, que relataram a presença de cinco facções criminosas no local.

De acordo com internos suspeitos de matar um detento dentro do CDP, a facção conhecida como Bonde dos 40 é a maior e mais violenta. Eles foram ouvidos em delegacia de São Luís (MA) na última quinta-feira (2).

O grupo teria ordenado de dentro do presídio os atentados a quatro ônibus e a uma delegacia na capital maranhense, na última sexta-feira (3). A segunda facção, a PCM (Primeiro Comando do Maranhão), é apontada como a maior rival do Bonde e os conflitos entre as duas terminaram em mortes no ano passado.

Segundo a 1° Vara de Execuções Penais de São Luís, o CDP tem capacidade para abrigar 392 presos, mas tem atualmente 738. O Cadete (Casa de Detenção) tem espaço para 408 homens, mas abriga 719. A lotação do São Luís 1 e 2 não foram informadas, mas o CNJ diz que estão operando acima da capacidade.

A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária do Estado do Maranhão, afirmou que, atualmente, há 2.196 presos no complexo penitenciário, que tem capacidade para 1.770 pessoas.

As demais facções, conhecidas como ADM (Anjos da Morte), PCI (Primeiro Comando da Ilha) e Bonde dos 300, seriam grupos menores e sem tanto poder dentro do complexo. O R7 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado que disse apenas estar ciente da presença de facções dentro do complexo.

Na noite de segunda (6), o governo do Maranhão aceitou auxílio do Ministério da Justiça para conter a onda de violência no Estado e deve encaminhar para presídios federais chefes das facções que estão em Pedrinhas. Ao menos 17 suspeitos estão presos por envolvimento nos ataques.

O governo do Estado encaminhou ao Ministério Público Federal relatório no qual "detalha todas as medidas tomadas nos últimos anos para dar solução aos problemas identificados no sistema prisional do Maranhão, desde o início da atual gestão”. Segundo o relatório, R$ 131 milhões já foram empregados pelo governo para melhorias nos presídios do Maranhão.

No ano passado, 60 pessoas morreram no interior do presídio, sendo três decapitadas, segundo relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O documento aponta uma série de irregularidades e violações aos direitos humanos no local, como superlotação de celas, forte atuação de facções criminosas cuja marca é a "extrema violência" e abuso sexual praticado contra companheiras dos presos sem posto de comando nos pavilhões.

Em resposta, o governo do Maranhão fez duras críticas ao CNJ nesta segunda. Por meio de nota, afirmou que “não compactua com qualquer atitude de desrespeito aos direitos humanos, muito menos com inverdades que foram levadas a público pelo juiz Douglas Martins, do Conselho Nacional de Justiça, com o único objetivo de agravar ainda mais a situação nas unidades prisionais do Estado e numa clara tentativa de descredibilizar medidas que já haviam sido determinadas pelo governo".

A presença da Polícia Militar dentro do Complexo de Pedrinhas teria motivado a onda de ataques. Ana Clara Santos Sousa, de seis anos, que teve 95% do corpo queimado em um ataque a ônibus em São Luís, morreu por volta das 6h45 desta segunda-feira (6). A criança estava com a mãe e a irmã dentro do ônibus alvo de um dos ataques, na Vila Sarney. Lorrane Beatriz, irmã de Ana Clara, também sofreu queimaduras (nas duas pernas, braço e duas mãos). O estado da menina de um ano e quatro meses é estável. A mãe das crianças, Juliane Carvalho Santos, de 21 anos, também sofreu queimaduras e não corre risco de morte.

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