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Governo ainda sem explicação para desaparecimentos

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Redação

As autoridades de segurança pública do Maranhão nada sabem das circunstâncias do desaparecimento do detento Rafael Libório. Mesmo após lembrança de uma deputada estadual no plenário da Assembleia Legislativa como o leitor pode conferir mais abaixo.

Outro preso, Ronalton Silva, havia desaparecido no ano passado. O Agora Santa Inês publicou no dia 29 de maio de 2013, denúncia da sua irmã com as circunstâncias do desaparecimento, relembre:

Irmã de detento preso em Santa Inês denuncia seu desaparecimento


Ronalton e Rafael Libório
Esse é Ronalton, era para estar solto, mas está desaparecido. Clique na imagem e veja o destino de Rafael Libório,
também dado como desaparecido mas pode estar morto e seu cadáver ocultado, a imagem foi encontrada
num celular apreendido pela polícia em poder de outro acusado. O MA perdeu o controle das penitenciárias
A irmã do preso Ronalton Silva Rabelo, acusado de assaltar a revendedora da Schin em Santa Inês em setembro de 2012, que foi transferido para São Luis, enviou um email para o Agora Santa Inês denunciando o desaparecimento do mesmo de um presídio em São Luis. De acordo com Keila Silva, sua mãe teria viajado para São Luis para fazer uma visita ao filho que estaria preso, mas para surpresa dele ficou sabendo que Ronalton não se encontrava na prisão. Os familiares de Ronalton acreditam que algo muito estranho se deu com ele, e temem que o pior possa ter acontecido.

Correio eletrônico enviado para o Agora Santa Inês

“Senhores, venho através deste, poder contar com ajuda de vocês em relação a não deixar impune um fato que esta acontecendo com minha família. O meu irmão Ronalton Silva Rabelo, estava preso no Complexo Penitenciário de pedrinhas, para ser mais preciso na Cadet 2.Alguns dias, antes o mesmo estava detido na Reffesa, e por fim foi transferido para a Cadet 2,onde lá aconteceu o fato que vou relatar aos senhores.

Aos onze dias do mês de Abril do corrente ano, foi expedido o Alvará de Soltura do detento Ronalton Silva Rabelo. Sua mãe, Maria da Conceição Silva Rabelo, que também é a minha mãe, foi visitá-lo sem saber da notícia que o alvará do mesmo já teria sido expedido. Chegando lá na portaria do presídio, foi informada pelo os agentes penitenciários que não poderiam dar nenhuma informação sobre essa pessoa, só quem poderia informar alguma coisa sobre o detento seria o secretário da Secretaria de Justiça do Estado o Sr. Sebastião Uchoa. Ela achou muito estranho essa informação e então ligou pra o advogado da família, que na ocasião lhe falou sobre o alvará, tornando as coisas ainda mais confusas,e se questionou: “como que tenho que buscar informação sobre meu filho se ele já está com o alvará de soltura expedido?”.

Maria da Conceição Silva Rabelo, juntamente com seu advogado Dr. Augusto Carlos, dirigiu-se para a Secretaria de Justiça, chegando lá conversaram pessoalmente com o Sr. Sebastião Uchoa. Só neste momento foi que a família e o advogado do detento ficaram sabendo que Ronalton Silva Rabelo,estava já há vários dias sumido, e que apolícia estava com duas linhas de investigações sobre o seu desaparecimento, que estão sendo feitas estas pela SEIC; uma de fuga (detalhe: sem registro que o detento tenha realmente fugido) e a outra de morte e esquartejamento.Notícias essas que só foram passadas a nós familiares depois de 15 dias que deram por falta do mesmo e porque minha mãe tinha ido visitá-lo, do contrário, questionei ao Sr.Sebastião: “se este fato não tivesse acontecido quando eles iriam nos comunicar do acontecido?”. Divulgamos o fato ocorrido em vários meios de comunicação da capital São Luis, tais como imprensa escrita e falada,em vários canais de TV, falamos na Assembléia com a comissão dos Direitos Humanos, etc.

No entanto já fazem 45 dias do ocorrido e até agora estamos sem nenhuma resposta do Estado sobre o paradeiro Ronalton. Como uma pessoa que está sob a responsabilidade do Estado simplesmente some e eles que são autoridades, simplesmente dizem que não sabem o que realmente aconteceu? Que país é esse?

Queremos e merecemos uma resposta do Estado somos cidadãos, pagamos nossos impostos e se trata de um ser humano que está desaparecido”. Assina Keila Rabelo


Relembre o caso

O Agora Santa Inês publicou na época uma matéria da qual reproduzimos um pequeno trecho abaixo:
Um montante de 32 mil reais, armas de todos os calibres e dezenas de cartões de bancos: esse foi o saldo de um rápido trabalho de investigação da Polícia Civil da Regional de Santa Inês, que culminou na prisão da quadrilha que praticou um audacioso assalto a uma revendedora de bebidas da Schin localizada na Rua das Laranjeiras, no Bairro Canecão, ação que aconteceu dia 23 de setembro de 2012.Com os componentes dela foi apreendida ainda a quantia de R$ 32 mil em espécie.Foram detidos na época, Antônio Vieira Braga, 28 anos, natural de Lago da Pedra, Jackeline Ribeiro de Sousa, 37 anos, natural de Santa Inês (MA); Arlene Pereira, 19 anos, natural de Santa Inês; Ronalton Silva Rabelo, vulgo Rony, 32 anos, também de Santa Inês; Alex Viana, 27 anos, de Lago da Pedra; e Fernando José Rodrigues da Fonseca, 47 anos, de Belém (PA).
Agência Assembleia

A deputada Eliziane Gama (PPS) pediu na manhã desta sexta-feira (8) esclarecimentos sobre novo desaparecimento de detento dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo a parlamentar, imagens foram divulgadas nas redes sociais mostrando que o detento estaria morto, mas o corpo ainda foi localizado pela Sejap.

A parlamentar lembrou outro caso de desaparecimento na penitenciária, o do detento Ronalton Silva Rabelo, que ocorreu há mais de um ano, e que até agora a família aguarda informações sobre o que realmente teria acontecido.

Agência Brasil publicou na sexta, 08:

Preso desaparece no maior presídio do Maranhão


Alex Rodrigues, Agência Brasil

Depois de ser palco de motins, tentativas de fuga, brigas e do assassinato de pelo menos 14 presos só este ano, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), registrou seu primeiro caso de desaparecimento em 2014.

Em nota divulgada hoje (8), a secretaria estadual de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informa que Rafael Alberto Libório Gomes, 23 anos, desapareceu de uma cela do Bloco A do presídio nessa quinta-feira (7). Também conhecido por "Rafa" ou "Filho do Arrupiado”, Gomes é citado em processos que tramitam na Justiça maranhense nos quais diversos réus respondem, conforme sua participação, por homicídio, roubo, furto qualificado, formação de quadrilha ou bando e receptação.

A secretaria disse estar “fazendo diligências internas” para, com o apoio da Polícia Civil e do Serviço de Inteligência Penitenciária, esclarecer o possível desaparecimento. A polícia trabalha com duas hipóteses: Gomes conseguiu fugir ou foi morto e seu corpo, escondido.

Nas redes sociais, alguns amigos de Gomes parecem não ter dúvidas quanto à morte do detento. “Vai deixar saudade mano. Quem está de luto aqui nem chega a respirar! Deus, quando essa guerra vai acabar? Mais um moleque de um milhão morrendo [no crime]”, escreveu um deles esta manhã.

"Só nos resta a certeza de que estará para sempre em nossos corações. Rafael, fica com Deus, espero que esteja nos braços dele", postou outro amigo de Gomes.

Esta é a segunda vez que o desaparecimento de um interno de Pedrinhas vem a público. Em abril de 2013, o detento Ronalton Silva Rabelo também foi declarado desaparecido. O caso nunca foi esclarecido.

Maior estabelecimento prisional do Maranhão, o Complexo de Pedrinhas está superlotado e é palco da disputa entre facções criminosas que brigam pelo controle do tráfico de drogas no estado. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, pelo menos 60 detentos morreram na unidade em 2013.

Foi de dentro do presídio de Pedrinhas que partiram as ordens para que bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital maranhense e ateassem fogo a ônibus, no início de janeiro deste ano. Em um dos cinco ônibus incendiados estava a menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, que teve queimaduras em 95% do corpo e morreu dois dias depois.
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