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Presos de Pedrinhas liberam parentes reféns

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Jornal Pequeno

São Luís, MA. Depois de 19 horas mantendo 32 parentes reféns na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), de Pedrinhas (MA), cerca de 50 detentos da unidade liberaram os familiares, às 12h10 de hoje.

Pedrinhas
Foto de capa do Facebook de Luis Pedrosa com imagens da rebelião de agosto de 2012
Os parentes foram impedidos de sair do presídio pelos presos assim que terminou a visita de ontem (25), perto das 17h.

Os detentos – integrantes da facção “Bonde dos 40” – queriam, entre outras reivindicações, a instituição de banho de sol coletivo (que hoje é feito por bloco, para evitar confrontos entre gangues); visitas íntimas; entrega de novos colchões; mudança de monitores; e saída da Tropa de Choque, da Polícia Militar, do presídio.

Direto da Aldeia Global publicou sobre sequestro:
Familiares continuam retidos em área do Bonde dos 40
32 são reféns em Pedrinhas, confirma OAB
Roseana prometeu 10 presídios no ano passado

A comissão que entrou na CCPJ na manhã de hoje para negociar com os presos a liberação dos reféns aceitou entregar os colchões e implantar um sistema de visitas íntimas, mas rejeitou o banho de sol coletivo, por medida de segurança; a mudança de monitores; e a saída da Tropa de Choque do presídio.

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (seccional Maranhão) participaram das negociações.

Até o fim da tarde de ontem, a secretaria não admitia a existência de reféns. “Não há registro de reféns na Central de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas”, relatou a Sejap, por meio de nota.

No entanto, na manhã de hoje, o secretário Uchôa confirmou ao Jornal Pequeno que os familiares foram impedidos de sair pelos presos depois da visita.

Este foi o segundo incidente registrado na CCPJ de Pedrinhas em apenas dois dias. Na sexta-feira (23), um princípio de motim foi contido quando detentos que integram a facção criminosa Primeiro Comando do Maranhão (PCM), e que estão no bloco C, tentaram invadir o bloco D, que abriga a gangue rival “Bonde dos 40”.

Crise

O sistema penitenciário do Maranhão vive uma série crise desde o fim do ano passado, quando imagens de presos decapitados em motins rodaram o mundo.

A segurança nas prisões maranhenses foi aumentada, com a participação da Tropa de Choque, da PM, e da Força Nacional (FN), além da transferência de mais de 20 líderes de facções para o presídio federal de Campo Grande (MT).

Os assassinatos de presos, no entanto, continuaram. Catorze já foram mortos este ano nos presídios do estado – oito só no Complexo de Pedrinhas. No ano passado, segundo o Conselho Nacional de Justiça, ocorreram 60 mortes nas prisões do Maranhão.
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