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Síria: Exército e rebeldes se preparam para batalha de Aleppo

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FF, DPA, AFP, RTZ, TV Brasil e DW

Ativistas sírios dizem que uma ofensiva aérea e terrestre das forças do governo começou na cidade de Aleppo, no norte do país. Governos ocidentais temem massacre.

Ativistas disseram neste sábado (28/07) que tropas auxiliadas por tanques de guerra, artilharia e helicópteros avançaram nos bairros a sudoeste de Aleppo, onde a forças rebeldes estão concentradas.

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"Pode-se dizer que o contra-ataque começou", disse Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres.

Rahman disse que os confrontos mais violentos desde o início da revolta contra o presidente Bashar al-Assad, em março de 2011, estão acontecendo agora em vários bairros de Aleppo.

Antes do início deste mês, Aleppo presenciou poucas batalhas durante a revolta popular, mas as potências ocidentais temem que a cidade possa se tornar um campo de batalha chave no conflito.


As tropas do governo vinham se concentrando ao redor da cidade durante vários dias, alimentando temores sobre o início do que a mídia pró-regime chamou de "a batalha das batalhas".

"Aleppo será a última batalha travada pelo exército sírio para esmagar os terroristas, e depois disso a Síria sairá da crise," escreveu o jornal Al-Watan.

O governo do presidente Bashar al-Assad está tentando reassegurar sua autoridade depois de militantes da oposição terem dominado boa parte de Aleppo, importante centro comercial, no dia 20 de julho. Assad enviou reforços para retomar a cidade.

Ativistas disseram que 17 pessoas foram mortas na cidade, na sexta-feira, de um total de 160 em todo o país. Com os rebeldes em menor número e com menos armas, uma grande ofensiva do governo em Aleppo deve deixar muitos mortos.

Temores internacionais
O secretário-geral das Nações Unidas, Ki-moon pediu que Damasco não siga adiante com a ofensiva em Aleppo. "Eu estou seriamente preocupado com a escalada da violência em Aleppo. Eu exorto o governo a suspender a ofensiva. A violência de ambos os lados precisa parar pelo bem dos civis."

O primeiro-ministro britânico David Cameron disse haver "preocupações reais de que o regime sírio esteja a ponto de realizar atos verdadeiramente chocantes na cidade de Aleppo."

A Rússia alertou neste sábado para uma "tragédia" iminente na cidade, mas disse não ser razoável esperar que o governo sírio aceite que Aleppo fique nas mãos dos rebeldes.

"Como se pode esperar que em uma situação como esta o governo simplesmente se reconcilie e diga 'certo, eu estava errado, podem me depor e mudar o regime'?" disse o ministro russo do Exterior Sergei Lavrov.

A Rússia tem usado seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para bloquear sanções contra a Síria, mas nega estar apoiando o regime de Assad. Neste sábado, Lavrov disse que a Rússia não está "nem pensando" em oferecer asilo para Assad.

Enquanto isso, o chefe da missão de observação da ONU na Síria, Major General Robert Mood, alertou para o fato de que a violência no país pode não terminar mesmo se o presidente Assad deixar poder, devido a tensões entre diferentes facções rebeldes.

Os muitos anos de dominação sobre a maioria muçulmana sunita pela minoria Alauita de Assad levou a uma grande ruptura.

"Muitos acham que se Bashar al-Assad cair ou se for dada a ele uma saída honrosa... o problema estará resolvido. Essa é uma simplificação excessiva com a qual se deveria ter cautela", disse Mood.
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