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Protesto no enterro de menina morta em ação do Bope

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Estudante Bruna da Silva Ribeiro, 10 anos, mais uma vítima da PM carioca
Mônica Garcia, Terra

O enterro da estudante Bruna da Silva Ribeiro, 10 anos, na tarde deste sábado, no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro (RJ), foi marcado por gritos de protesto de familiares e amigos. Bruna foi morta durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na comunidade da Quitandinha, na tarde de sexta-feira, 27.

Cerca de 200 pessoas participaram do enterro de Bruna
Mais de 200 pessoas compareceram ao enterro. Amigos levaram faixas e cartazes com mensagens contra a ação do Bope na comunidade. Muito abalada, a mãe da estudante, Anaílza Rodrigues da Silva, disse na saída do cemitério que "é um vazio muito grande. Ela era uma ótima filha e uma ótima criança. Aqui estão coleguinhas dela desde a creche. Espero que Deus faça justiça", afirmou.

Anaílza ainda pediu que o governo analise a forma com que vem atuando nas comunidades. Segundo ela, a ação da polícia está equivocada e só tem servido para matar inocentes. "A única coisa que eu posso falar é que entrar na favela atirando não adianta. Fazer operação com as ruas cheia de crianças não está dando certo. É mais uma criança, é mais um morador. É só mais um. Está tudo errado. Eles tinham que colocar ações sociais e não caveirão", concluiu.

Já o pai da estudante, o comerciante Ademir Santos Ribeiro, pedia força para criar os outros quatros filhos. "É uma tristeza muito grande. Ela não vai voltar mais, mas sei que Deus vai fazer a justiça dele. Agora eu só preciso de força para continuar vivendo e criando meus filhos que ficaram aqui do meu lado", declarou.

Ademir disse aguardar que o assassinato de Bruna seja esclarecido. ¿Não sabemos se o tiro partiu da polícia ou dos traficantes. Vamos esperar a investigação¿, disse.

O caso
Segundo informações da Polícia Militar, a operação do Bope na Quitandinha seguia denúncias relatando a presença de lideranças do tráfico naquele local. De acordo com a versão da PM, durante a ação, Bruna teria se separado da mãe e atravessado a rua Isaac Zadma, sendo atingida por um dos disparos. A PM alega não saber de onde partiu o tiro. O Bope vai abrir procedimento para apurar todas as circunstâncias da ação.
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