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Freak shows encerrados na década de 1930, as exposições coloniais reinventaram o Novo Mundo para os olhos europeus, com a exibição de "homens exóticos" de terras remotas, quase sempre sem respeitar a dignidade dos expostos, muito antes de os "direitos humanos" se consolidarem.Exposições coloniais (1878 -1930) exerceram profundo impacto no imaginário europeu |
Em Paris, o museu do Quai Branly apresenta até 3 de junho uma parte dessa história. "A invenção do selvagem" resulta de uma pesquisa em 200 museus e reúne esculturas, pinturas, cartazes, postais, fotografias e fragmentos de filmes. Amazonas, anões, dançarinas do ventre, famílias africanas, mulheres barbadas, homens com deformidades, etc., integravam shows de aberrações que atraíram milhões de visitantes em países europeus.
Saartje Baartman, a "Vênus Hotentote", explorada e prostituída no século 19 em Paris e Londres, protagonizou um dos casos mais emblemáticos dos espetáculos étnicos. O olhar ocidental, em muitas das representações dos colonizados, procurava referendar teorias racistas, sob o verniz da ciência.
As exposições coloniais, de 1878 até 1930, exerceram um impacto no imaginário europeu que ainda tem seus vestígios no debate atual sobre a imigração. "A invenção do selvagem" oferece tanto a denúncia das brutalidades quanto um certo desconforto imperialista.
No Quai Branly, que tem se afirmado como um dos melhores museus parisienses, o visitante pode optar por um audioguia narrado pelo ex-jogador da Seleção francesa Lilian Thuram, presidente da Fundação "Educação contra o Racismo".
Serviço
Musée du quai Branly
37, quai Branly
75007 - Paris
Tél : 01 56 61 70 00
Fonte: Terra Magazine
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