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Quilombolas apoiam policiais e bombeiros em greve que agradecem com Carta aberta, Noleto analisa movimento

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por Frederico Luiz

O Imparcial Online informa que os manifestantes quilombolas, acampados na sede regional do Incra, desde o dia 30 de agosto, deverão retornar aos seus municípios ainda nesta quarta-feira, 30. Porém, antes da viagem de volta, os quilombolas fizeram uma última parada na Assembléia Legislativa, para apoiarem o movimento grevista dos militares.

Sensibilizados, um das entidades que representam os militares da PM em greve emitiu a seguinte carta aberta, publicada ainda ontem no Blog Diário da Luta:

Carta aberta à população brasileira
Hoje, quando a nossa categoria está em greve em todo o Maranhão, está chegando a São Luís grupos de quilombolas e de lavradores sem terra. Eles, que após sucessivos acampamentos, vem novamente à nossa capital, desta vez para tratar com o presidente nacional do Incra.

Sabemos que, historicamente, a relação entre a Polícia Militar e as organizações populares em nosso país não é boa. Porém, neste momento importante da história, onde lutamos por dignidade e melhores condições de trabalho, achamos oportuno falar desta outra luta, travada pelos homens e mulheres do campo.

Primeiro, temos que lamentar pela violência, oriunda dos conflitos de terra. Infelizmente ela acontece e nós, ao longo do tempo, tivemos nossa parcela de responsabilidade neste problema. Admitimos os nossos excessos e, agora, pedimos desculpas por eles.

Por outro lado, agora, quando grande parte da sociedade maranhense está sendo solidária conosco, queremos também deixar clara a nossa solidariedade com a luta dos quilombolas, dos índios, dos sem terra! Somos o mesmo povo, vítimas da mesma opressão, da mesma exploração que se alastras pelos quatro cantos do Maranhão!

É importante, antes de tudo, reconhecer que nós somos todos irmãos!

Hoje, nós estamos acampados na Assembléia Legislativa, querendo condições de trabalho para sustentar nossas famílias, enquanto eles querendo a terra, também para comer e sustentar os seus filhos. É nosso desejo que – nesta circunstância absolutamente atípica – se possa tentar inaugurar um novo momento entre os servidores públicos militares do Maranhão e as organizações sociais do campo e da cidade.

Achamos importante dar este exemplo para o Brasil, mostrando o verdadeiro valor do nosso povo, a grandeza da nossa gente e gritando bem alto que hoje, no Maranhão, não se consente mais esperar!

São Luís, 29 de novembro de 2011
Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão

Fonte: Diário da Luta


De novo a mesma tautologia:
a greve dos policiais é política

por Luiz Noleto

Foi assim nas inúmeras greves de professores e dos trabalhadores em geral. Os escribas dos governos de plantão sempre afirmam que a greve é política. Na história da luta dos trabalhadores é impossível uma greve não ser política. Na iniciativa privada os patrões têm uma política salarial a cumprir. Os trabalhadores destas empresas, através dos seus sindicatos, também têm a sua política salarial, oposta a dos patrões.

No serviço público a coisa se repete com um ingrediente a mais. No caso da greve em questão, os policias estão contestando politicamente uma política salarial do governo Roseana Sarney. A decisão de Roseana não é divina, ela não é uma deusa. É uma falsa guerreira decadente. Mas, os escribas da branca podem me contestar dizendo: mas a greve tá sendo partidarizada. Eu respondo: não é Roseana que governa. Quem governa são os partidos políticos.

No caso de Roseana são treze. Entre eles o PT, PMDB, DEM, alem de inúmeras legendas de aluguel. Nada mais correto e justo que os partidos que não fazem parte deste governo, e que não tenham acordo com a política salarial do governo dela, prestem solidariedade aos trabalhadores em greve. Inclusive nem precisam de autorização dos grevistas para isso, pois a greve dos policiais afeta a todos.

Por último, dizem: a policia militar não pode fazer greve. Esta é mais fácil de responder, e com uma perguntar: policial pode dar golpe militar?

Fonte: Só a Luta Muda a Vida
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