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Comandante-geral da PM-RJ explica pedido de demissão, leia a carta na íntegra

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A Secretaria de Estado de Segurança divulgou no fim da noite desta quarta-feira (28) o conteúdo do e-mail enviado pelo coronel Mário Sérgio Duarte, pedindo sua exoneração do comando da Polícia Militar, ao secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame.

Na mensagem, que foi encaminhada a partir do telefone celular, o ex-comandante-geral da PM diz que o motivo pelo pedido de demissão é “não deixar espaço para dúvidas quanto à responsabilidade no processo de escolha dos Comandantes, Chefes e Diretores da Corporação”. Além disso, ele afirma que quer preservar de acusações injustas as pessoas que a ele confiaram o cargo.

Mário Sérgio pediu a sua exoneração na noite de terça, 27
O pedido de exoneração vem um dia após a prisão do Tenente-coronel Cláudio de Oliveira, suspeito de ser o mentor da morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros no dia 11 de agosto. Um dos PMs presos, suspeito de envolvimento no caso, aceitou cooperar com as investigações da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil e apontou o oficial como responsável pela morte.

Na carta, Mário Sérgio diz que a escolha de Oliveira para comandar o 7º BPM foi uma opção dele.

Beltrame lamentou a saída do coronel do posto de comando da PM, mas julgou procedente o pedido feito pelo coronel, que reconheceu o desgaste causado pela suspeita de envolvimento de um oficial da corporação no caso da morte de Patrícia Acioli.

Atualmente, Mário Sérgio encontrava-se de licença médica. Na última segunda-feira, ele passou por uma cirurgia para a retirada de um nódulo na próstata, no Hospital da Polícia Militar, na zona norte da capital fluminense, e ficaria afastado por pelo menos 30 dias.

Segundo o comunicado divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, o nome do novo comandante-geral da PM será divulgado o mais breve possível.

Veja a íntegra do
pedido de demissão:

Exmo Sr Secretário de Estado de Segurança José Mariano Benincá Beltrame

Dirijo-me à V. Exa para solicitar exoneração do cargo de Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. O motivo de fazê-lo se fundamenta na necessidade de não deixar nenhum espaço para dúvidas quanto a minha responsabilidade no processo de escolha dos Comandantes, Chefes e Diretores da Corporação, preservando, de quaisquer acusações injustas, as pessoas que me confiaram a nobre missão que assumi comprometido com a honra, e agora deixo, norteando tal decisão neste mesmo imperativo de valor.

Sobre o caso particular que me impõe esta decisão, o indiciamento do Tenente Coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira no homicídio da Juíza Patrícia Acyoli, e sua conseqüente prisão temporária, devo esclarecer à população do Estado do Rio de Janeiro que a escolha do seu nome, como o de cada um que comanda Unidades da PM, não pode ser atribuída a
nenhuma pessoa a não ser a mim.

O Rio de Janeiro, senhor Secretário, está em franco processo de recuperação de sua imagem como lugar de tranqüilidade pública e paz social não por acaso, mas, seguramente pela aplicação de um conjunto de ações norteadas pela clareza das idéias.

O Estado, sua população, cada pessoa que por aqui transita em busca de paz e bem, devem continuar confiando nesta Política Pública que privilegia a vida, desconstrói o ódio e reacende esperanças. Ao tempo que vos agradeço pela confiança depositada e o apoio nos momentos mais difíceis, solicito-vos que encaminhe este pedido ao Exmo Sr Governador, a quem também explicito meus eternos agradecimentos pela oportunidade e a honra que me concedeu ao nomear-me Comandante de minha amada Instituição.

Deixo de fazê-lo pessoalmente por me encontrar hospitalizado, convalescendo de uma cirurgia.

Fonte: R7
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