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Advertência em maços de cigarros: será que funciona?

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Foto: Reprodução
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por Riad Younes

Há alguns anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e as autoridades sanitárias de vários países do mundo, incluindo Brasil, exigiram que as indústrias de cigarro incluíssem, em cada maço de cigarro, uma mensagem clara sobre os malefícios do fumo.

Surgiram imagens que lembrem os fumantes de problemas de saúde frequentemente causados por consumo prolongado de tabaco. Impotência, enfisema pulmonar, câncer, infarto, derrame, obstrução de artérias, gengivite, entre outros.

A OMS recomendava que, idealmente, estas mensagens tivessem as seguintes características: a) descrever claramente os malefícios do tabagismo, b)ser aprovada pelas autoridades de saúde nacionais ou regionais, c) ocupar pelo menos 30% a 50% da superficie do maço, d) ser grande clara e legível na língua prinicpal do país, e) ter várias mensagens diferentes, f) de preferência usar fotos ou diagramas.

A primeira reação da população foi de apreensão e de certa descrença. Para que isso serviria? Quem fuma seria afetado por tais fotos, ou mensagens de saúde?

A desconfiança ainda persiste e é debatida em muitos meios leigos e científicos. Um estudo extenso realizado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Institutos de Saúde dos Estados Unidos, avaliou o impacto das advertências impressas nos maços de cigarro sobre os fumantes, em 14 países do mundo que adotaram as recomendações da OMS.

A primeira constatação demonstrou que a maioria absoluta (mais de 90%) dos fumantes percebem, lêem e entendem a mensagem ou a imagem. Mais interessante, os pesquisadores verificaram que mais de 50% dos fumantes relataram que pensaram, pelo menos uma vez, de parar de fumar devido a estas mensagens, mesmo que não tenham tentado ou conseguido cessar o vício do cigarro.

Os cientistas concluíram que estas imagens e advertências presentes em todos os maços de cigarro podem servir como um bom veículo de informação e de esclarecimento para a população de fumantes, e até de não fumantes que manipulam os pacotes de cigarros, e sugerem estudos mais intensos para avaliar o melhor modo de fazer advertências mais eficientes.

Consideram, como a maioria dos médicos, que estas mensagens devam permanecer e fazer parte integral do arsenal disponível para combater o tabagismo. Este estudo foi publicado, há dois dias, na revista médica Morbidity and Mortality Weekly Report.

Fonte: Terra Magazzine

Nota do Blogueiro: Conforme informa o Terra Magazzine, Riad Younes é professor Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP. Médico do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José e do Núcleo Avançado do Tórax do Hospital Sírio Libanês, São Paulo. Especialista em câncer de pulmão. Foi Diretor Clínico do Hospital Sírio Libanês de março 2007 a março 2011.
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