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No Rio e São Paulo, filme pernambucano concorre no Festival É Tudo Verdade

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Foto: Reprodução
Carlos Pena Filho, poeta pernambucano
O festival de documentários É Tudo Verdade começa nesta quinta no Rio de Janeiro e em São Paulo. Sete filmes nacionais inéditos concorrem na categoria principal e cinco dos nove curtas brasileiros também serão exibidos pela primeira vez. A 16ª edição do evento, com entrada gratuita, ocorre entre 31 de março e 10 de abril.

Imagens: Opara Filmes/ Divulgação

Trailer do filme pernambucano Palavra Plástica, de Leo Falcão, inspirado na obra de Carlos Pena Filho.

O documentário vencedor da disputa de longas e médias-metragens nacionais inéditos receberá o Troféu É Tudo Verdade, criado pelo artista plástico Carlito Carvalhosa, e o Prêmio CPFL Energia/ É Tudo Verdade no valor de R$ 100 mil. O vencedor na disputa de curtas brasileiros receberá o Troféu É Tudo Verdade e um prêmio em dinheiro no valor de R$ 10 mil. No total, participam 92 filmes de 29 países.

Chopp
por Carlos Pena Filho

Na avenida Guararapes,
o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antonio,
tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim,
nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados

Nota do Blogueiro: Vá até o bar Savoy em Recife-PE e tome seu Chopp ou um suco se preferir enquanto "decifra este poema". Beba com moderação, o chopp!

Confira a lista de concorrentes, que inclui o pernambucano Palavra plástica, de Leo Falcão:
Assim é, se lhe parece, de Carla Gallo (SP, 74 min). Um perfil do artista plástico Nelson Leirner, seu cotidiano, seu método de criação e suas crenças.

Aterro do Flamengo, de Alessandra Bergamaschi (RJ, 69 min). Uma câmera estática capta, em tempo real, uma cena urbana e as diversas reações dos transeuntes a um episódio inusitado.

Carne, osso, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros (SP, 56 min). Um mergulho no mundo dos frigoríficos brasileiros, marcado por condições precárias, riscos e danos à saúde de seus trabalhadores.

Família Braz 2, de Dorrit Harazim e Arthur Fontes (RJ, 82 min). Reencontrando personagens focalizados em outro documentário, há uma década, os diretores atualizam a visão da nova classe média brasileira, através do perfil de uma família moradora na Vila Brasilândia paulistana.

Tancredo, a travessia, de Silvio Tendler (RJ, 90 min). A trajetória do político mineiro Tancredo Neves (1910-1985), desde sua ligação com Getúlio Vargas até o trágico episódio da doença que o impediu de assumir a Presidência do Brasil.

Vale dos esquecidos, de Maria Raduan (SP, 72 min). A história da longa e sangrenta disputa pela terra no território antes ocupado pela fazenda Suiá-Missu (MT), que na década de 70 era considerada o maior latifúndio do Brasil.

Vocacional, uma aventura humana, de Toni Venturi (SP, 80 min). Ex-aluno do Ginásio Vocacional de São Paulo, o diretor Toni Venturi recupera as memórias de uma experiência educacional arrojada na educação pública, destruída pela ditadura militar.

Braxília, de Danyella Proença (DF, 17 min). Uma viagem por Brasília junto com o poeta Nicolas Behr.

Coutinho repórter, de Rená Tardin (RJ, 25 min). Uma conversa com o cineasta Eduardo Coutinho sobre sua experiência na equipe do programa Globo Repórter” realizando documentários sociais em plena ditadura.

Entre vãos, de Luísa Caetano (DF, 19 min). O cotidiano em Vão de Almas, comunidade de origem quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO).

O filme que eu fiz para não esquecer, de Renato Gaiarsa (SP, 3min30s). Flagrantes da memória de um romance.

Hoje tem alegria, de Fábio Meira (SP, 25min45s). Os pequenos circos do norte e nordeste, sua rotina, seus dilemas, longe dos grandes centros.

Meia hora com Darcy, de Roberto Berliner (RJ, 30 min). Em tempo real, a íntegra de um dos últimos depoimentos do antrópolo e político brasileiro, Darcy Ribeiro (1922-1997).

Palavra plástica, de Leo Falcão (PE, 18min20s). Vinte artistas se reúnem para uma homenagem a Carlos Pena Filho, poeta morto prematuramente, há 50 anos.

A poeira e o vento, de Marcos Pimentel (MG, 18 min). O cotidiano de um pequeno vilarejo mineiro, nas imediações do Parque Estadual de Ibitipoca.

São Silvestre, de Lina Chamie (SP, 18 min). Um registro impressionista da edição 2010 da mais célebre prova de rua brasileira, a Corrida de São Silvestre, em São Paulo.

Fonte: Pernambuco.com
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