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TJ-RJ cortou carro da escolta de juíza assassinada

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Apesar de o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro sustentar que não recebeu pedido formal da juíza Patrícia Acioli sobre reforço na sua segurança, um ofício do dia 18 de julho de 2007, encaminhado ao juiz auxiliar da presidência do TJ-RJ, revela não só a retirada de um dos três seguranças da equipe da escolta da juíza, como também do carro usado para transportar os seguranças.

No ofício número 32, Patrícia Acioli demonstra insatisfação com a medida.

“Embora esta magistrada não seja especialista em segurança desconhece como isto poderia significar segurança pessoal para qualquer pessoa que supostamente necessita dela”.

No documento, a juíza diz ter sido comunidade sobre a retirada de um dos policiais e do veículo pelo major Sílvio Guerra, da Diretoria Geral de Segurança do Tribunal de Justiça.

Patrícia Acioli afirma ainda que “não pediu segurança até porque entende que a avaliação sobre a necessidade ou não da medida não lhe cabe, mas se esta for necessária sem dúvida deve ser eficiente sob pena de se estar gastando dinheiro público sem uma finalidade específica”.

A magistrada informa que não cumpriria tal determinação porque não foi comunicada oficialmente, através de uma ordem por escrito, mas apenas verbalmente pelo oficial. Ela questiona ainda a ausência sobre como teria sido feita a avaliação da redução da escolta e quais os critérios utilizados.

“Entendendo que a questão que envolve a minha vida é algo muito importante, não entendi o tratamento que foi dado ao caso, sem qualquer tipo de satisfação efetiva quanto ao que foi investigado.

O presidente do TJ-RJ, desembargador Manoel Alberto Rebêlo, disse ter encontrado Patrícia Acioli recentemente e que ela aparentava estar tranqüila. Ele disse ainda que, na sua gestão, não recebeu pedido de escolta por parte da juíza. Rebelo afirmou que desconhecia o documento apresentado pelo advogado da família de Patrícia, Técio Lins e Silva, que comentou o caso:

- É uma morte anunciada há cerca de 10 anos. Os documentos demonstram duas coisas: que ela estava vivendo sob ameaça de morte, a vida corria em perigo. A outra revela que ela é uma pessoa destemida, corajosa, que não tinha medo de exercer seu oficio. Uma mulher corajosa, que foi julgada por esse grupo de extermínio que a matou com requintes de brutalidade e covardia. Foi uma afronta ao poder judiciário, a democracia brasileira.

Em outro ofício, do dia 13 de fevereiro de 2007, Patrícia Acioli reclama a presença de apenas três policiais na sua escolta e sugere que um quarto policial fosse integrado à equipe.

A juíza reclama ainda sobre indicação de um novo policial para a equipe por parte da diretoria de segurança, sob a alegação de que novos integrantes poderiam afetar a rotina de sua família, que possui três filhos, que, segundo ela, “encontram problemas em conviver com pessoas armadas no dia a dia”, pois já estariam acostumados com os atuais integrantes da equipe.
A magistrada explica ainda que a adaptação das crianças foi demorada e trabalhosa e que a filha mais jovem estava sob tratamento psicológico com sintomas de síndrome do pânico.

Juíza linha-dura
Conhecida como linha-dura, a magistrada mandou prender seis PMs suspeitos de forjar autos de resistência no começo do ano.

Em 2010, ela decretou a prisão de pelo menos quatro cabos da Polícia Militar e uma mulher que seriam integrantes de um grupo de extermínio da Marcha de Vans.

Patrícia fazia parte de uma lista com 12 nomes de pessoas supostamente marcadas para morrer encontrada com um integrante de um grupo de extermínio que atua em São Gonçalo, também na região metropolitana do Rio.

Fonte: R7
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