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Situação permanece tensa neste domingo em Londres após distúrbios de ontem

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por Robin Millard

A situação permanecia tensa neste domingo em Tottenham, bairro da periferia norte de Londres, após um dos maiores distúrbios dos últimos anos em protesto contra a morte de um jovem de 29 anos, assassinado por policiais.

"Ainda restam focos isolados de violência no bairro de Tottehnam" com "poucas pessoas", informou a polícia em um comunicado, acrescentando que oito pessoas ficaram feridas, sem indicar o número de detenções.

De acordo com os bombeiros, os incêndios foram controlados, mas muitos militares ainda trabalhavam pela manhã no rescaldo dos focos.

Motins em Londres resultaram em 29 feridos e 42 detidos - afirma polícia
Os protestos tiveram início no sábado, após uma manifestação que pedia justiça na investigação da morte de Mark Duggan, 29 anos, pai de quatro filhos, assassinado na quinta-feira por policiais armados.

"Ele não era um rapaz violento. Estava envolvido com algumas coisas, mas não era agressivo. Nunca fez mal a ninguém", lamentou uma mulher de 53 anos, amiga de Duggan.

A manifestação ocorria sem violência mas, pouco antes do anoitecer, dois veículos da polícia foram alvos de coquetéis molotov e pegaram fogo.

Após o incidente começaram os episódios de vandalismo. Um ônibus de dois andares e vários prédios foram incendiados.

Caixas automáticos, lojas e supermercados foram saqueados. De alguns deles, pessoas encapuzadas saíam com carrinhos lotados de mercadorias, em imagens divulgadas pela TV britânica.

Este episódio de violência é o mais grave registrado nos últimos anos nos subúrbios da capital britânica. Nos últimos meses, ocorreram vários protestos em alguns bairros organizados por estudantes e sindicatos.

Estádio do Tottenham e arredores
O controle da principal rua de Tottenham foi retomado à noite com dificuldade pela polícia, que enfrentou uma multidão enfurecida que reagiu com coquetéis molotov e pedras.

"O mais importante é garantir a segurança pública. Nosso primeiro objetivo é restabelecer a normalidade", disse Stephen Watson, comandante da polícia local, que reconheceu que as forças de segurança subestimaram o potencial da violência dos incidentes.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, classificou os distúrbios como "inaceitáveis" e afirmou que "nada justifica o ataque à polícia e à população ou que se destrua propriedades".

David Lammy, um deputado de Tottenham, pediu calma.

"Já temos uma família chorando uma morte e mais violência não vai aplacar a dor. A verdadeira justiça só pode ser exercida após a investigação dos fatos", declarou.

Em 1985, também em Tottenham, durante um protesto contra uma ação da polícia que deixara um homem ferido, um policial foi morto pelos manifestantes.

Fontes: AFP e Lusa
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