-->

Metalúrgicos aprovam acordo salarial de 10%

Publicidade
A campanha salarial 2011 do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para os trabalhadores das montadoras terminou ontem com a aprovação da proposta que definiu aumento de 10% neste ano, em assembleia ontem com 3.000 funcionários de fábricas de São Bernardo. Outro aumento já foi definido para o ano que vem com base na inflação acumulada de 2011 somado a 2,39%.

Os metalúrgicos definiram, além disso, outras solicitações que estavam em discussão com as montadoras, dentre elas o abono salarial, a licença maternidade de 180 dias, o piso para este e o próximo ano, e também o teto salarial dos períodos.

O presidente do sindicato, Sérgio Nobre, explicou que o acordo vale por dois anos, em virtude das incertezas da economia frente à crise financeira mundial, com destaque para as dificuldades dos países da Europa e das mudanças na configuração dos motores de caminhões, que deverão encarecer o produto em 15%. Com isso, as vendas devem recuar já no primeiro semestre de 2012.

"Negociamos com as montadoras durante meses, e na nossa última reunião, definimos os valores, só precisávamos da aprovação dos companheiros. A nossa maior preocupação foi com a realidade dos metalúrgicos que trabalham nas fábricas de caminhões, pois a obrigatoriedade de implementar o motor Euro 5 no próximo ano já adiantou as vendas para este ano", explica, ao completar que "os empresários compram caminhões, a população compra carros, e se o produto vai ficar mais caro em 2012 eles compram as frotas neste ano para não pagarem mais caro".

Teonílio Monteiro, o Barba, diretor executivo do sindicato e funcionário da Ford, falou que o prazo de dois anos dará tranquilidade para os metalúrgicos e as montadoras. "Ninguém sabe o que irá acontecer em 2012, então adiantamos as negociações, Se for ruim já está resolvido e as montadoras não terão esse problema para discutir. Terão que solucionar só os problemas da crise."

Durante a sua explicação, Barba disse que o combinado com as montadoras é de um aumento real de 5% divididos em dois anos, sendo que para este ano o aumento será de 7,26% do INPC mais 2,55% de aumento real, válido a partir de primeiro de setembro e para 2012 serão 2,39% mais o reajuste da inflação.
Além disso, ele anunciou que o abono salarial será pago no dia 6 de setembro no valor de R$ 2.500 e o mesmo valor mais o reajuste do INPC será creditado na mesma data de 2012. O piso para novas contratações será de R$ 1.500 para este ano e de R$ 1.560 para o próximo ano. Já o teto que em 2010 era de R$ 7.630 passou para R$ 8.400 e para o ano que vem será de R$ 8.400 mais a correção do indicador.
"Para as metalúrgicas a notícia é de que as clausulas sociais foram renovadas até 2013, e todas terão direito a licença maternidade de 180 dias, podendo tirar férias após este período. E esse benefício já está valendo, inclusive para as mães que estão em casa de licença", reiterou.

A opinião do funcionário da Mercedes-Benz Antônio Almeida Lucena é que o acordo foi muito positivo, mesmo com a pretensão anterior de aumento entre 11% e 12%. "No início queríamos mais, mas acho bom o que conseguimos, além do que não teremos problemas para o ano que vem. O peão caiu na real e dois anos é muito melhor, no geral está bom."

Após a proposta ser aprovada por unanimidade, o trabalhador da Scania Vânio da Silva Guedes frisou que para os trabalhadores das fábricas de caminhões será uma tranquilidade. "Não tínhamos certeza do que poderia acontecer pois temos o novo padrão de motor, então temos agora, com o acordo, uma tranquilidade para discutir com o governo nossa preocupação com os importados que impediram a contratação de 110 mil empregos da categoria."

SENAI ­ - Diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o Barba, anunciou que os aprendizes do Senai também utilizarão dos benefícios acordados pelas montadoras e os trabalhadores.
"O abono será de um terço do valor integral, R$ 835", explicou.

No próximo ano, segundo o presidente do sindicato, Sérgio Nobre, a briga será para evitar a presença de montadoras, principalmente as chinesas, que não fabricam carros e sim peças e montam no Brasil.
"Essas novas montadoras não irão produzir e desenvolver, e sim montar os carros. Temos de dificultar a entrada dos importados e vamos batalhar para mostrar ao governo que precisamos de tecnologia, engenharia e inovação", disse Sérgio Nobre.

Fonte: Diário do Grande ABC
Advertisemen