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Guerras Híbridas, mais do que apenas o Whatsapp

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O livro Guerras Híbridas – das revoluções coloridas aos golpes, do jornalista e analista político russo Andrew Korybko, chegou em hora para contribuir com o debate nacional sobre o caráter atual da luta social, politica e ideológica, tão necessário quanto estratégico. Editado pela Expressão Popular, a obra pode ajudar a entender os atuais processos de disputa política no mundo, em suas novas formas de ação. O livro trata especificamente das “guerras” da Síria e da Ucrânia, mas a riqueza de informações agregadas à análise tornam os dois casos universais.

No centro do debate que o livro propõe está a busca por entender e também como enfrentar o processo de guerras híbridas deflagradas pelo imperialismo para destruir o Estados Nacionais. Após 2008, por meio de órgãos como a CIA, Usaid, National Endowment for Democracy e a Open Society Foundation de George Soros, os Estados Unidos promoveram o que ficou conhecido como guerras coloridas. A “Primavera Árabe” varreu o Norte da África e o Oriente Médio com a mesma técnica de assalto ao poder – manifestações de massas (manipuladas), uso intenso de mídias sociais (fake news) e, como na Síria, a guerra civil.

Guerras Híbridas

O autor mostra com dados e informações objetivas que a tática dos Estados Unidos para assaltar o poder das Nações ao redor do mundo mudou sua forma da atuação. Antes utilizando golpes militares, bombardeios e invasão de territórios, agora lançam mão de sua nova arma, que consiste na combinação de “guerras coloridas” e guerras não convencionais. Algo que o livro não faz referência direta, mas que vivenciamos no Brasil, pelo menos em parte, desde manifestações populares de 2013, o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e, por fim, a fraude eleitoral de 2018

As análises e conclusões de Andrew Korybko, datadas de 2015, são um passo importante para se chegar à atualização do modelo de “guerra híbrida”, em que, trocam a ação militar direta por ações judiciais-policiais. Desde 2015, aprofundou-se o uso das grandes corporações de redes sociais, a exemplo do ocorrido com o WhatsApp no Brasil, e a captura de instituições e autoridades judiciárias e policiais, além da mobilização de “formadores” de opinião. Um livro para se ter a mão, em especial nesses tempos em que o imperialismo aposta em liquidar com as democracias, saquear países e submeter populações à miséria.

Fernando Rosa
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