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Sebastião Caracas: Caminhos que assustam nos dias atuais

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Bons costumes do passado


Sebastião Caracas

No colégio onde fiz o ginásio, tive as primeiras lições de civismo, do respeito que devemos ter aos nossos mestres e sobretudo, de nos prepararmos para adquirir a consciência que nos faça exercer correta e dignamente os direitos e obrigações do que chamamos de cidadania.

Antes das aulas, no pátio do colégio, reunidos os alunos de todas as classes, cantava-se o hino nacional ao mesmo tempo em que era hasteada a bandeira brasileira.

Nos meados do século vinte ou antes disso, pela falta de colégios em muitos recantos do país, havia mais facilidade e era costume entre as famílias, mandarem os filhos estudarem na Inglaterra ou Portugal. Lá poderiam adquirir conhecimentos que lhes

fossem úteis em algumas profissões. Isto aconteceu com alguns jovens parnaibanos que se tornaram bons empresários.

A cidade de “Parnaíba” na década de 30, 40, e mais tempo depois, projetava-se no cenário nacional e internacional, como grande exportadora de produtos nativos do Piauí e do Maranhão, que eram transportados pelo seu rio, graças à visão dos empresários que ali criaram empresas importantes com esse objetivo.

Num gesto de grandeza voltaram suas vistas para a juventude de sua terra criando um colégio modelo de alto padrão educacional liderados por Ozias Moraes Correia.

Foi organizada uma sociedade anônima, sem fins lucrativos, para manutenção e controle financeiro do colégio batizado com o nome de “Instituto São Luiz de Gonzaga”.

Fui um dos fundadores desse colégio, ao chegar à Parnaíba, participando do seu primeiro dia de aulas e concludente da primeira turma do ginásio.

Contratou-se, em outros Estados, a maioria dos professores para o ensino no regime exclusivo e tempo integral.

Parecia-nos uma pequena universidade, com o maior rigor disciplinar nos estudos e no comportamento dos alunos.

As atividades tinham início às 5:30 horas da manhã com educação física obrigatória, depois seguiam-se as aulas. O turno da tarde era destinado até às 17:00 horas da tarde para estudo das matérias programadas para o dia seguinte e participação, vez por outra, no auditório colégio, onde funcionava o Grêmio Lítero e Recreativo para se ouvir a palavra dos alunos antecipadamente convocados. Era um meio para formação de líderes.

A reprovação em uma única matéria não permitia recuperação. Creio que era o sistema educacional vigente em todo o país para se obter resultados melhores no ensino. Se o aluno pretendesse continuar no colégio, teria que repetir o ano.

A primeira turma do nosso ginásio, aprovado no exame de admissão foi composta inicialmente por 60 alunos. Graças a Deus, eu estava entre os concludentes. Perdemos nessa jornada colegas brilhantes reprovados numa ou outra matéria. Nem todos gostavam da matemática.

No mês de janeiro de 1946, há 68 anos, conheci a cidade de São Luís e apaixonei-me por tudo que eu via. Visitei alguns outros lugares e cidades do país para ter convicção de que a minha opção por esta cidade estava correta.

Sempre tive fascínio para conhecer terras desconhecidas, mas aqui deixei caírem as âncoras e permaneço fiel e amando esta linda cidade. Criei raízes profundas através dos filhos, netos e bisnetos, todos maranhenses.

Conheci grande parte da população, cerca de 70 mil habitantes, creio, ocupando o centro histórico nos sobrados, moradas inteiras, meia-moradas, portas e janelas, vivendo com dignidade. Tudo era bem conservado, como se estivesse em uma exposição permanente com desenhos coloridos e recentes dos mais famosos pintores.

Nas ruas em conversas amistosas, nos bondes, indo e vindo do trabalho, felizes, tranquilas, alegres, as pessoas se cumprimentavam como membros da mesma família. Em pouco tempo me senti membro dessa família maravilhosa.

Não só em São Luís do Maranhão, mas em todas as cidades do Brasil, as ruas eram tranquilas em qualquer hora do dia ou da noite.

Os caminhos eram iluminados por Deus.

Costumes dos dias atuais

Em todos os cantos do nosso planeta estamos vendo a natureza se manifestar, em fúria, contra o comportamento da humanidade que vem destruindo o que recebeu de graça, delegado por Deus.

Ocupando os noticiários, as televisões exibem diariamente imagens dantescas de inundações, incêndios, secas, calor ou frio excessivos, ventos com alto poder de destruição, jamais vistos como aconteceu recentemente nas Filipinas. Há uma profecia que diz: o mar vai virar sertão e o sertão, vai virar mar.

Por outro lado, estamos todos nós estarrecidos com a desordem de origem religiosa, econômica e social, praticamente, existente em todos os países do mundo.

O Brasil, segundo informação da Organização das Nações Unidas – ONU, está incluído entre os Países mais violentos do mundo. Além disso, se sobressai como tendo uma das cargas tributárias mais elevadas do planeta, sem o retorno devido em benefícios para a população.

O imperador Pedro II, com todos os poderes que possuía, não admitia que os recursos públicos fossem mal empregados. Quando fazia qualquer viagem, dentro ou fora do país, de ordem particular, fazia empréstimos e os pagava com recursos próprios originados do salário a que fazia jus.

Agora, são noticias publicadas que dão conta de fabulosos recursos públicos desviados e de inquéritos em andamento contra políticos, que por obrigação deviam honrar os votos recebidos. Estes se julgam acionistas preferenciais da empresa Brasil S.A que imaginam existir, com o faturamento dos impostos cobrados da população brasileira.

Há estudos em andamento e previsões, se confirmadas, teremos a metade do Brasil composta de assaltantes e traficantes de drogas. A metade, 50% da outra parte, é ocupada por corruptos, acionistas da empresa Brasil S.A e políticos sérios e bem intencionados, protegidos por seguranças.

O último quarto da unidade, trancados com grades de ferro em suas residências, ou no trabalho, temerosos, permanece a população, sem poder respirar o ar puro de cada dia. Em cada esquina de todas as cidades há um adulto ou menor de idade assaltando durante o dia e a noite.

Continuo otimista, pensando que será encontrada através de leis inteligentes e objetivas, a solução para os problemas brasileiros.

Um dos meus amigos permanece fiel à previsão de que: o que está acontecendo significa o início do fim da atual civilização e o surgimento de uma outra mais evoluída.

A nova civilização representa o bem, e possuirá mais dois sentidos além dos que temos: um dos sentidos é chamado de clarividência, que significaria a comunicação entre as pessoas através da mente. O outro seria o sentido elétrico, que daria as pessoas o poder da cura, com o toque de suas mãos.

Nota do editor da Aldeia: Sebastião Caracas é empresário do setor hoteleiro de São Luís, MA.
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