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Maranhense que sobreviveu conta que tudo desabou em cinco segundos

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R7

O pintor maranhense Gleison Feitosa, 24 anos, voltou ao local do desabamento que deixou ao menos oito mortos no bairro São Mateus, zona leste de São Paulo. Ele trabalhava no local e foi resgatado depois de ter permanecido duas horas sob os escombros nesta terça-feira (28).

— Foi muito rápido, em menos de cinco segundos já estava tudo no chão".

Desabamanto matou pelo menos, oito. Sete do MA
Ele conta que sete pessoas estavam próximas a ele no momento em que a laje caiu. Os dois desaparecidos moravam com o pintor em um alojamento. Feitosa conta que os funcionários comentavam sobre os riscos da construção.

— A gente comentava que tinha muito peso da laje, que os pilares eram muito fracos.
O Corpo de Bombeiros ainda trabalha com a expectativa de encontrar pessoas com vida sob os escombros da obra do prédio comercial que desabou, explicou o porta-voz da corporação, tenente Kleber do Vale.

— Apesar do que a gente sabe, com o passar do tempo, fica mais difícil. Se a pessoa estiver em um local onde consegue respirar, pela formação de vãos, não estiver com fraturas ou grandes hemorragias, é possível sobreviver.

Cinco retroescavadeiras auxiliam cerca de 70 bombeiros que se revezam no trabalho. Dois pontos de busca foram identificados com a ajuda de cães farejadores e com o relato de sobreviventes.

Oito corpos foram retirados do local onde estava sendo construído um prédio de dois pavimentos, que abrigaria uma loja de roupas, e 26 trabalhadores foram resgatados com ferimentos leves, moderados e graves. Não há previsão para que os trabalhos sejam encerrados.

O impacto do desabamento levou a Defesa Civil a interditar seis imóveis ontem – quatro casas e dois prédios comerciais. No fim do dia, no entanto, foram liberadas duas casas, segundo o coordenador de Operações da Defesa Civil do município, Clóvis Pontual.

— Porque vimos que eram danos de pequena monta e não justificava deixar as famílias desabrigadas.

Uma nova vistoria feita na manhã desta quarta-feira levou à liberação de mais três imóveis.

— Mantivemos a interdição de uma casa e dois pontos comerciais.

As famílias optaram ficar na casa de parentes.

Em um dos imóveis funciona uma loja de aluguel de roupas para festa. A proprietária Neli Mendes Franco, 62 anos, está apreensiva com interdição da loja porque tem uma festa de 15 anos e um casamento nesta semana. Na manhã desta quarta-feira, bombeiros entraram no local para retirar algumas peças.

— Minhas clientes estão desesperadas, até já ameaçaram entrar com um processo, a ajuda do Corpo de Bombeiros já dá um alívio.

A dentista Taily Andrade, 22 anos, estava ao lado do prédio em construção e viu o momento em que ele caiu. A entrada do consultório dela, que fica ao lado do edifício, ficou destruída.

— Não tenho como contabilizar o prejuízo agora e na verdade essa nem é a maior preocupação diante de tudo o que aconteceu.

Ela esteve no local na manhã desta quarta-feira a pedido da Defesa Civil para levar a chave do imóvel. Durante o acidente na manhã desta terça-feira, a dentista não estava no consultório.

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