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Mais do que terra para índios

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Weverton Rocha

Estive presente na segunda-feira passada (dia 17 de junho) na Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa do Maranhão sobre as polêmicas Demarcações Indígenas, de autoria do companheiro deputado estadual pelo PDT Carlinhos Amorim, e mais uma vez fica evidente a necessidade de uma CPI da Funai para apurar as constantes denúncias que nos chegam.

Há casos absurdos como no município de Amarante onde pretendem ampliar o território indígena em 400%, tomando assim 74% do município e desalojando cerca de 20 mil pessoas. Atitudes como essas empacam o desenvolvimento do estado, Amarante por exemplo é o segundo maior município produtor da Bacia Leiteira, contando com três mil propriedades produtivas de agricultores familiares, pequenos produtores e possui uma rebanho de 250 mil cabeças de gado.

Ou ainda a estranha criação da Reserva indígena Awa Guajá que liga as reservas Turiaçu de 530 mil hectares e a reserva 162 mil hectares, ambas criadas em 1982. Criada dez anos depois a Awá Guajá irá impactar os municípios de Fernando Falcão, Newton Belo, Centro Novo, Zé Doca e São João do Caru. A reserva possui 118 mil hectares, demarcação financiada pela VALE, para abrigar apenas 33 índios oriundos das margens dos rios Capim e Guama no estado do Pará.


Ficam aqui evidentes os interesses escusos por trás dessas atitudes, desses levantamentos dos “antropólogos iluminados” da Funai , já sabemos de organismos internacionais, como da gigante da mineração que tem a intenção de explorar futuramente esse solo.

Como destaquei durante a Audiência, o problema é suprapartidário, e já tivemos nossa primeira vitória com a demissão de Marta Azevedo da presidência da Fundação Nacional do Índio. Precisamos ainda discutir as suas funções porque, hoje, a Funai julga as suas próprias decisões.

Não somos contra o índio. Nossa luta é para cobrar o órgão que deveria garantir políticas públicas para o povo indígena (saúde, educação etc) e hoje só tem demonstrado interesse nas demarcações, e após garantir praticamente à força grandes extensões de terra, abandona as comunidades indígenas a sua própria sorte.

Precisamos de uma CPI para tirar tudo isso a limpo e vamos realizar uma audiência pública, no Congresso Nacional, para discutir os problemas do Maranhão.

Juntos somos fortes.

Nota do editor da Aldeia: Weverton Rocha é administrador e deputado federal (PDT-MA).
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