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Sarneismo em ruína no Maranhão, veja os números

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Nunca antes na história do Maranhão, um líder político impôs tanto prejuízo ao seu concorrente. Flávio Dino defenestra o poder do Sarneismo e impõe uma nova correlação de forças no estado.

Em 1965, o Sarneismo derrotou o grupo do senador Vitorino Freire e fundou uma dinastia. O regime anterior ainda chegou a governar o Maranhão. Dez anos após a fragorosa derrota, Osvaldo da Costa Nunes Freire assumiu o Palácio dos Leões e ficou até 1979.

Como morreu em 1977, aos 68 anos, Vitorino Freire morreu no poder. Seu pupilo, Nunes Freire, abandonou a política após deixar o cargo e os Sarney voltaram ao domínio estabelecido.

Da outra vez que perdeu o poder, o grupo Sarney ficou menos de quatro anos afastado do Palácio dos Leões. O pedetista Jackson Lago iniciou seu governo em 2007. E foi deposto em abril de 2009 no episódio classificado de Golpe Judiciário pelo ex-presidente do STJ, Edson Vidigal.

Durante esse longo período de domínio, o Sarneismo impôs um conto de fadas aos seus adversários. Jackson Lago e outros caíram nesta armadilha. Os adversários do antigo regime cooptavam prefeitos como forma de estabelecer uma nova correlação de forças.

Em vez disso, no ano passado, Flávio Dino disputou as prefeituras com seus aliados da época. Concessão alguma foi feita. Os partidos da base aliada cresceram com a radicalização. Mas, todos eram unânimes que o estreitamento do governador Flávio Dino custaria caro, muito caro para sua reeleição. A perda da prefeitura de Caxias era um exemplo a ser mostrado.

Porém, pela primeira vez, a armadilha do Sarneismo deixou de funcionar. A cortina de fumaça foi incapaz de embaçar a articulação política do governador.

Em vez de cooptar prefeitos, Flávio Dino desde o primeiro momento do seu governo iniciou uma aproximação com os deputados estaduais e federais egressos do Sarneismo.

O líder do seu governo na Assembleia Legislativa, desde o primeiro dia de 2015 quando assumiu o governo, é o deputado Rogério Cafeteira que votou em Edinho Lobão na eleição de 2014. A deputada estadual Ana do Gás passou de uma filial do Sarneismo para a matriz do governo, o PCdoB.

Em 2017, foi a vez de Flávio Dino iniciar sua ampliação com os deputados federais. Entre outros, Cléber Verde do PRB, André Fufuca do PP, Pedro Fernandes do PTB e Zé Carlos do PT agora estão na sua base. Com os estaduais, a ampliação continua, a exemplo de Josimar de Maranhãozinho do PR. Eles levaram consigo: suas legendas e os seus prefeitos e ex-prefeitos, vereadores e outros líderes municipais!

A cura do Sarneismo

No Maranhão, exceções das regiões Tocantina e São Luís, os deputados elegem seus prefeitos. O sarneismo sempre soube disso. Agora, os adversários deste sistema que governou o Maranhão por meio século, também sabem.

Em vez de combater o câncer pelas consequências, Flávio Dino foi direto nas causas. Com a sua reeleição no próximo ano, o estado estará finalmente curado deste mal que o assolou por tanto tempo e que parecia crônico, insanável. Veja a pesquisa para o governo do Maranhão divulgada neste domingo, 3, pelo Blog do John Cutrim do Jornal Pequeno.

Frederico Luiz

A pesquisa foi realizada entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro, ouvindo 1.415 eleitores em todas as regiões do estado. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.
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