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Temer teimoso: balança e ainda fica em pé. Por quê?

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Desde janeiro de 1985 com a eleição de Tancredo Neves para a presidência no colégio eleitoral, o Brasil é uma república parlamentarista, apesar do plebiscito de 21 de abril de 1993 ter decidido o contrário, venceu o presidencialismo.

A Constituição promulgada em setembro de 1988 foi moldada para o regime de gabinete, bem definido pelo ex-ministro e ex-deputado Delfim Netto como o modo de governo onde os 40 ladrões indicam o Ali-bá-bá.

Em razão desse modus operandi, em 1992, o então presidente e atual senador alagoano, Fernando Collor, primeiro presidente eleito pelo voto popular após a ditadura de 1964 sofreu o impeachment.

Houve o clamor popular, os cara-pintadas ganharam as ruas, o presidente era desgraçadamente impopular. Porém, somente saiu do cargo depois de perder apoio da maioria dos deputados e senadores. Anos mais tarde, em 2014, ele foi absolvido pelo STF dos crimes que lhe foram imputados, por absoluta falta de provas.

No ano passado, a presidenta Dilma sofreu outro impedimento. O segundo da Nova República em 31 anos. Nunca na história deste País houvera a utilização deste instrumento desde que em 1989 o marechal Deodoro da Fonseca tornou-se o primeiro presidente do Brasil.

Sarney, Itamar, FHC e Lula tiveram conhecimento que o presidencialismo na Terra de Santa Cruz é uma quimera. E por isso, terminaram seus mandatos. O segundo e o quarto, com boa e excelente aprovação popular; o primeiro e o terceiro com altíssima e grande desaprovação.

Primeiro, com Brizola e depois com Lula, parecia o presidencialismo de coalizão, o caminho mais fácil para as mudanças sociais. No entanto, no meio do caminho existe o PMDB. Esta legenda apercebeu-se cedo dessa peculiaridade e investe na eleição de deputados federais, senadores, deputados estaduais e vereadores e de seus aliados de centro-direita. Caminho que a esquerda e centro-esquerda necessitam trilhar se quiserem implantar mudanças sociais duradouras.


Já ensinava Lenin, ainda em maio de 1904, em resposta a Rosa de Luxemburgo, no livro cujo título é autoexplicativo: Um Passo em Frente, Dois Passos Atrás.

Por esse ponto de vista, dá para entender com facilidade, as dificuldades da queda do presidente. Mesmo com a impopularidade, o desemprego, a manifestação da sociedade. Ele mantém sólida base no Congresso para aprovar o que quer, como a PEC da Maldade e a Reforma da Previdência.

Claro, de forma alguma significa arriar o pavilhão do #ForaTemer. Mas, sobretudo, canalizar este acúmulo de forças para a eleição proporcional do próximo ano. Eleger parlamentares de uma maioria da foice, do martelo, da rosa, da roda dentada, da ala esquerda da pomba e que possam enfrentar, numericamente, os picaretas do Congresso.

Frederico Luiz
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