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Imagine José Yunes como delator... premiado!

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O procurador Deltan Delagnoll trouxe à tona um software da microsoft que estava meio esquecido, o Power Point no famoso episódio que gerou memes em todo o planeta para acusar o ex-presidente Lula como chefe de uma organização criminosa.

Relembre o episódio em setembro deste ano, encomendado para prejudicar o PT e a esquerda nas eleições deste ano.

Na ocasião, disse o procurador, cujo nome se assemelha a remédio para cólicas, que estava sem provas, mas sobrava convicções.

Passados dois meses após a eleição, todos as testemunhas apontam para o então vice-presidente, Michel Temer, como o verdadeiro chefe da organização criminosa. Nem é preciso o Power Point para entender. Leia mais essa reportagem abaixo e tire suas conclusões.


O Estadão antecipou José Yunes na assessoria de Temer. Amigos há longos 40 anos... Imagine se ele virar um delator, tipo premiado!

Frederico Luiz

Marcelo Odebrecht confirma que Temer pediu R$ 10 milhões para o PMDB


Dentre os 77 executivos e ex-funcionários da Odebrecht a delatar nas sequências de acordos desde a última semana, o mais esperado é de Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo. Um dos seus depoimentos à Lava Jato ocorreu nesta segunda-feira (12), em Curitiba. Segundo a Folha de S. Paulo, Marcelo confirmou o repasse de R$ 10 milhões ao PMDB a pedido de Michel Temer.

O ex-presidente da empreiteira reafirmou que, em maio de 2014, Michel Temer convidou Odebrecht e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para acertar o pagamento do montante em caixa dois para a campanha peemedebista. O destino do dinheiro teria sido decidido por Padilha.

Entretanto, Marcelo confirmou que parte dessa remessa foi feita, em dinheiro vivo, em São Paulo, no escritório de José Yunes, assessor e amigo de Temer.

Na última semana, Severino Motta do BuzzFeed já havia adiantado o conteúdo de delação de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, informando que José Yunes recebeu R$ 10 milhões da empreiteira para as campanhas peemedebistas, a pedido de Temer, em 2014.

Com mais detalhes, o executivo disse que dos R$ 10 milhões, R$ 6 milhões, ou seja, mais da metade, eram destinado a Paulo Skaf, então candidato do PMDB ao governo de São Paulo, e outros R$ 4 milhões seriam destinados a Padilha para as campanhas do partido.

Yunes é conselheiro amigo de Temer há 40 anos, já se considerando "psicoterapeuta político" do peemedebista, e foi nomeado para a assessoria especial da Presidência e teria recebido, em espécie, parte desse montante, como caixa dois para a sigla.

"Os recursos que Melo Filho cita em sua delação não foram depositados em contas partidárias conforme manda a Justiça Eleitoral. Aos investigadores, ele revelou que um dos endereços de entrega do dinheiro teria sido a rua Capitão Francisco, nº 90, em São Paulo. Justamente a sede do escritório José Yunes e Associados", adiantou Severino Motta, na última semana.

A reportagem da Folha, que reforça o depoimento de Marcelo, faz ilações e suposições sobre o conteúdo da delação de Emílio Odebrecht, pai de Marcelo e patriarca da empresa, que também prestou depoimento desde terça-feira (13) à equipe de procuradores da Lava Jato.

Na suposição do jornal, tanto Emílio, quanto Marcelo, deverão falar sobre a relação da empreiteira com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Por outro lado, se o diário teve acesso à primeira delação do ex-presidente, como informou confirmando os dados relativos a Temer, significa que o executivo não trouxe dados sobre os ex-mandatários petistas, como previu.

"Marcelo deve contar como pediu à ex-presidente Dilma que intercedesse para que a Caixa Econômica ajudasse no financiamento da obra –os dois teriam discutido o assunto numa visita ao estádio. Os relatos apresentados aos procuradores informam que Marcelo era o responsável por tratar dos assuntos da empreiteira com a alta cúpula do Executivo, ou seja, a Presidência da República", publica a reportagem.

Entretanto, a suposição ainda não foi confirmada e não integrou as delações realizadas, pelo menos por Marcelo Odebrecht, até esta segunda-feira (12). O executivo ainda deve prestar outros depoimentos.

Conforme o GGN mostrou, o caso traz à tona outro episódio tentando envolver o atual presidente da República: a tentativa de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e um dos caciques do PMDB, de apontar que se a tese de Moro e da Lava Jato fosse correta sobre liderar uma das frentes de corrupção na Petrobras, Temer não só saberia de tudo, como também seria ele o responsável.

Jornal GGN
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