-->

Lobista preso admite: 'atua' na Petrobras desde FHC

Publicidade
O Tempo

Brasília, DF. O empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de propinas e corrupção na Petrobrás, afirmou à Polícia Federal nesta sexta-feira que começou a fazer negócios com a Petrobrás ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2001. “Por volta do ano de 2000, ainda durante a gestão Fernando Henrique, celebrou um contrato com uma empresa espanhola, de nome Union Fenosa, visando a gestão de manutenção de termelétricas”. Segundo ele, a empresa acabou sendo contratada.

Fernando Baiano teve a prisão temporária transforma em preventiva pela Justiça Federal
A PF suspeita que o reduto de ação de Fernando Baiano na Petrobrás era a Área Internacional, que foi comandada por Nestor Cerveró, personagem emblemático da compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA. Fernando Baiano disse que conheceu Cerveró “ainda no governo Fernando Henrique”. Na ocasião, segundo ele, Cerveró era gerente da Petrobrás.

Ele disse que “soube recentemente” que Cerveró foi “indicação política” do PMDB, mas que achava que o ex-diretor da Área Internacional “sempre fosse vinculado ao PT”. Fernando Baiano disse que “soube que o diretor que assumiu o cargo no lugar de Cerveró era indicação do PMDB”.

Doações. Baiano também falou sobre o doleiro Alberto Youssef – alvo central da operação Lava Jato – e disse que ele lhe pediu que “fizesse doações para campanhas políticas”. O doleiro, segundo Fernando Baiano, teria sugerido que “alguma empresa” por ele representada também fizesse doações. O suposto operador do PMDB negou que tivesse repassado valores para Youssef.

Ele negou também que tenha sido operador de “qualquer partido político”. Admitiu que mantém duas contas no paraíso fiscal de Linchenstein, uma em seu nome e outra em nome de sua empresa, Tecnhis Engenharia e Consultoria, ambas as contas “declaradas”.

Ele declarou que recebeu Youssef no Rio “a pedido” do então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. O encontro, segundo Fernando Baiano, ocorreu “logo após a morte do deputado José Janene”. Líder do PP na Câmara, Janene foi réu do mensalão e morreu em 2010. A Polícia Federal atribui a Janene o papel de mentor do esquema. Consenza.

Baiano disse ainda que “coincidentemente” no dia da operação pegou o mesmo voo em que estava o atual diretor de Abastecimento José Carlos Cosenza, sucessor de Paulo Roberto Costa, mas que “não chegaram a conversar”.

Questionado se ele conhecia Cosenza, respondeu que no período em que ele era gerente subordinado ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa “teve reuniões com ele, mas que depois que ele virou diretor de Abastecimento nunca mais teria se encontrado com José Carlos Cosenza.

Lancha

Fernando Baiano disse à PF que comprou uma lancha por R$ 1,5 milhão de Otávio Marques Azevedo, que foi presidente da Andrade Gutierrez. A embarcação está em nome de uma de suas empresas, a Hawk Eye. Segundo ele, o pagamento foi feito de forma parcelada em cheques.

Apresentação

O último foragido da Justiça da sétima fase da operação Lava Jato, Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, informou nesta sexta-feira ao juiz federal Sergio Moro, por meio de suas advogadas, que deverá se apresentar à Polícia Federal na próxima segunda-feira, em Curitiba.

Mazelas

A defesa de Adarico afirmou que ele não suporta mais as mazelas decorrentes da prisão temporária decretada pelo juiz. A ordem está sem cumprimento ha uma semana

Em casa. Segundo a petição entregue à Justiça o investigado estava em sua casa no interior de São Paul, mas não teria sido procurado pela PF.
Advertisemen