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O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi preso em sua residência, no Rio |
Rio de Janeiro, RJ. A Polícia Federal apresentou no final da tarde desta sexta-feira o balanço da 7ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em cinco estados e no Distrito Federal. Segundo a PF, foram cumpridos todos os 49 mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça do Paraná (dois no Recife; um em Jundiaí-SP; um em Santos-SP; dois em Curitiba; um no Distrito Federal; 11 no Rio de Janeiro; 29 em São Paulo; dois em Belo Horizonte).
Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva, mas apenas sete foram cumpridos: dois em São Paulo/capital; dois no Rio de Janeiro; dois em Belo Horizonte; e um no Recife.
A Polícia Federal informou também que foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, todos na capital paulista. Foram cumpridos ainda 14 mandados de prisão temporária: seis em São Paulo/capital; um em Osasco/SP; um em Santos/SP; cinco no Rio de Janeiro/RJ; um em Salvador (este mandado estava previsto para ser cumprido em São Paulo/capital).
Todos os presos durante a sétima fase da operação são encaminhados para a superintendência da PF em Curitiba.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi preso em sua residência, no Rio de Janeiro. Também foram presos vários executivos de grandes empreiteiras: Ricardo Pessoa, presidente da UTC; José Ricardo Breghirolli, da OAS; Edson Fonseca, da Galvão Engenharia, Othon Zanoide Filho, diretor da Camargo Corrêa; Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da construtora Mendes Junior: Gerson Almada, um dos vice-presidente da Engevix. Hildefonso Colares Filho, da Queiroz Galvão, se entregou á polícia no início da noite.
Cristiano Kok, presidente da Engevix, foi levado em condução coercitiva, mas foi liberado. Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Côrrea, segundo a PF, já é considerado foragido.
Foram feitas operações de buscas no escritório da Odebrecht. Empresários estranham o fato de nenhum integrante da direção dessa construtora ter tido a prisão preventiva ou temporária decretada pela Justiça.
Veja os mandados decretados pela Justiça Federal:
Prisão preventiva:
- Eduardo Hermelino Leite, da Construtora Camargo Correa
- José Ricardo Nogueira Breghirolli, da OAS
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros, da OAS
- Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior
- Gerson de Mello Almada, da Engevix
- Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia
Prisão temporária
- Dalton dos Santos Avancini, presidente da Construtora Camargo Correa
- João Ricardo Auler, da Construtora Camargo Correa
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira, da OAS
- Alexandre Portela Barbosa, da OAS
- José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
- Ednaldo Alves da Silva, da UTC
- Carlos Eduardo Strauch Albero, da Engevix
- Newton Prado Júnior, da Engevix
- Otto Garrido Sparenberg, da IESA
- Valdir Lima Carreiro, da IESA
- Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC
- Walmir Pinheiro Santana, da UTC
- Othon Zanoide de Moraes Filho, da Queiroz Galvão
- Ildefonso Colares Filho, da Queiroz Galvão
- Jayme Alves de Oliveira Filho, subordinado de Alberto Youssef
- Adarico Negromonte Filho, subordinado de Alberto Youssef
- Carlos Alberto da Costa Siva, emissário das empreiteiras
- Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras
- Fernando Antonio Falcão Soares, lobista
Investigados que sofreram bloqueios bancários:
- Eduardo Hermelino Leite
- Dalton dos Santos Avancini
- João Ricardo Auler
- José Ricardo Nogueira Breghirolli
- José Aldemário Pinheiro Filho
- Agenor Franklin Magalhaes Medeiros
- Ricardo Ribeiro Pessoa
- Walmir Pinheiro Santana
- Sérgio Cunha Mendes
- Gerson de Mello Almada
- Othon Zanoide de Moraes Filho
- Ildefonso Colares Filho
- Valdir Lima Carreiro
- Erton Medeiros Fonseca
- Fernando Antonio Falcão Soares
- Renato de Souza Duque
Condução coercitiva:
- Edmundo Trujillo, engenheiro, diretor do Consórcio Nacional Camargo Correa
- Pedro Morollo Junior, engenheiro civil, OAS
- Fernando Augusto Stremel Andrade, engenheiro civil, OAS
- Angelo Alves Mendes, engenheiro civil, diretor vice-presidente da Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A
- Rogério Cunha de Olliveira, engenheiro eletricista, diretor da Área de Óleo e Gás -(Anog) da Mendes Júnior Trading e Engenharia
- Flávio Motta Pinheiro, economista, diretor Administrativo e Financeiro da Mendesprev – Sociedade Previdenciária
- Cristiano Kok, presidente da Engevix Engenharia S/A.
- Marice Correa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto
- Luiz Roberto Pereira.
De acordo com a Polícia Federal um dos mandados de prisão temporária expedidos foi contra o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Segundo a PF, o lobista não foi encontrado pelos policiais que atuam na operação e já é considerado foragido. De acordo com depoimento do doleiro Alberto Youssef feito em outubro, Fernando Baiano operava a cota do PMDB no esquema de corrupção ligado à Petrobras.
De acordo com a PF, quem ainda não foi localizado está automaticamente impedido de deixar o país. Será feita uma operação especial de controle de passaporte em aeroportos com o objetivo de localizar executivos de empreiteiras ligadas ao esquema de fraudes e também pessoas que estariam envolvidas em transporte de dinheiro para doleiros.
Nesta nova fase da Operação Lava Jato, o foco são as empresas que pagaram propina. Foi decretado bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados. A PF fez buscas em todos os escritórios das grandes empreiteiras citadas no caso.
Foi decretado também o bloqueio de valores de três empresas referentes a um dos operadores do esquema criminoso. Os envolvidos respondem por formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro, além de formação de quadrilha.
À Justiça, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que as empresas Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Iesa, Engevix, Mendes Júnior, UTC Engenharia, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia participavam do esquema de superfaturamento de contratos firmados com a Petrobras e repasse de propina aos partidos.
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