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A arquitetura colonial do centro histórico de SLZ

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Igreja de São Matias
Igreja de São Matias no centro histórico de São Luís
Iphan e Portal Brasil

Brasília, DF. O Centro Histórico de São Luís, localizado na ilha de São Luís do Maranhão, na baía de São Marcos, é um exemplo excepcional de cidade colonial portuguesa adaptada às condições climáticas da América do Sul equatorial, e que tem conservado o tecido urbano harmoniosamente integrado ao ambiente que o cerca.

Seu núcleo original, fundado pelos franceses em 1612, foi implantado na cabeça de um promontório formado na confluência dos rios Bacanga e Anil e caracteriza-se pela arquitetura civil de influência portuguesa, bastante homogênea.

Sua construção acelerou-se no período de expansão urbana dos séculos XVIII e XIX, obedecendo ao traçado original do ano de 1615, projetado pelo engenheiro português Francisco Frias de Mesquita, após a expulsão dos franceses.

As edificações implantadas nas testadas dos lotes estabelecendo alinhamento regular com movimentos que variam nas alturas das fachadas e telhados, e o formato de malha urbana ortogonal, posicionada no sentido dos pontos cardeais e com as ruas de igual largura, retangular, conferem um peculiar ritmo na paisagem urbana.

Seu patrimônio edificado dos séculos XVIII e XIX cria, por meio do estilo tradicional português, uma arquitetura única, seja pela generosidade dos materiais construtivos utilizados, seja pelas soluções ambientais adotadas.

Azulejos: proteção térmica e adorno

A peculiaridade do modo de construir é expressa nos azulejos usados como proteção térmica e adorno; na modulação de cheios e vazios reforçados pelo trabalho de cantaria nas molduras, cunhais e bacias de sacada; e no contraste do denso paramento das fachadas sobre a rua, com os avarandados que se abrem, rasgados de fora a fora, para o pátio interno, apoiados em pilares ou em balanço e com trama contínua de venezianas, treliças ou caixilharia.

A posição geográfica, estratégica e favorável aos empreendimentos exploratórios do novo mundo, a força da natureza, a fertilidade das terras, abundância de águas e a excelência do clima equatorial foram elementos determinantes que despertaram a cobiça das nações europeias por estas terras em um momento histórico de expansão e conquista mundial.

Nesse cenário urbano e arquitetônico prevalecem os vínculos indissociáveis entre os elementos materiais e imateriais, caracterizados pelo meio físico, e a vivência cultural decorrente, que se manifestam em festas e folguedos como o bumba-meu-boi e o tambor de crioula.

O Centro Histórico de São Luís mantém o seu tecido urbano preservado com todos os elementos que o caracterizam e lhe conferem singularidade, expressos, especialmente, pelas técnicas construtivas utilizadas em adaptação às condições ambientais - destacando-se o uso do azulejo, entre outros aspectos - e possuindo dimensões adequadas que lhe permitem transmitir a sua importância no contexto do processo de ocupação territorial da região.

São Luis: cidade histórica

Por se tratar de uma cidade histórica viva, pela sua própria natureza, como capital do estado do Maranhão, a cidade se expandiu, preservando a malha urbana do século XVII e seu conjunto arquitetônico original.

O Centro Histórico de São Luís reúne cerca de quatro mil imóveis tombados – solares, sobrados, casas térreas e edificações com até quatro pavimentos – que, remanescentes dos séculos XVIII e XIX, possuem proteção estadual e federal.

Entre as edificações mais significativas, estão o Palácio dos Leões, a Catedral (antiga Igreja dos Jesuítas), o Convento das Mercês, a Casa das Minas, o Teatro Artur Azevedo, a Casa das Tulhas, a Fábrica de Cânhamo, a Igreja do Carmo, entre outras.

A arquitetura histórica de São Luís, por meio do aproveitamento máximo da sombra e da ventilação marítima, prima pela adequação ao clima.

A capital foi inscrita como Patrimônio Mundial em 4 de dezembro de 1997, por aportar o testemunho de uma tradição cultural rica e diversificada e constituir um excepcional exemplo da cidade colonial portuguesa, com seu traçado preservado e seu conjunto arquitetônico representativo, adaptado às condições climáticas do Brasil equatorial.
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