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Luta entre o "Sim" e o "Não" segue na Escócia

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Patrícia Viegas, Diário de Notícias

Lisboa, Portugal. Cerca de quatro milhões de pessoas são chamadas a participar no referendo de dia 18 sobre a independência da Escócia. E nem todas elas são escocesas. O que suscita alguma polémica. Se o "Sim" ganhar isso emitirá ondas de choque por todo o Reino Unido e toda a Europa. Se o "Não" sair vencedor, Londres terá de repensar a sua relação com o resto da União, aceitando descentralizar poderes em áreas como a dos impostos, saúde ou educação.

Escócia

David Cameron admitiu andar nervoso. Quase chorou, quando na semana passada foi a Edimburgo pedir aos eleitores que não votem no "Sim" à independência da Escócia. "Ficaria com o coração partido se esta família de nações que reunimos, e com as quais fizemos tantas coisas, se separasse", disse o primeiro-ministro britânico, "quase em lágrimas", reportou o 'The Guardian'.

Esta 2.ª feira, Cameron, líder do Partido Conservador, volta à Escócia para defender o "Não". A incerteza é total, mostra a guerra de sondagens, que ora dão a vitória a uns, ora a dão a outros.

Daí o esforço de última hora do líder britânico, que não quer ficar nos livros de História como o primeiro-ministro do Reino Unido que perdeu a Escócia (após uma União com mais de 300 anos). Atualmente, o Reino Unido é formado por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte.

O alarme de Cameron e dos líderes dos principais partidos políticos do Reino Unido - como o vice-primeiro-ministro liberal-democrata Nick Clegg e o líder da oposição trabalhista Ed Miliband - soou alto quando, há uma semana, no dia 7, uma sondagem YouGov para o 'The Sunday Times' deu pela primeira vez o "Sim" à frente do "Não" nas intenções de voto. 51% para um lado e 49% para o outro. Uma semana depois, uma sondagem ICM, realizada on-line e divulgada este domingo pelo 'Sunday Telegraph', deu 49% ao "Sim", 42% ao "Não" e 9% de indecisos. Excluindo estes, o "Sim" tem 54%, o "Não" 46%. Porém, este inquérito foi feito junto de uma amostra de apenas 705 pessoas, refere o próprio jornal.

Cameron, Clegg e Miliband cancelaram os compromissos que tinham na semana passada - incluindo a participação na sessão semanal de perguntas ao Governo - e partiram para a Escócia . Desde então, outras sondagens têm colocado o "Não" em vantagem. No sábado, um inquérito de opinião ICM, publicado pelo 'The Guardian', deu 42% ao "Não" e 40% ao "Sim", acusando ainda a existência de 17% de indecisos. Se estes não forem levados em conta, os inquiridos que disseram ir votar "Não" são 51% e os que disseram ir votar "Sim" são 49%.
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